'Há situações em que modelo animal vai ser mesmo indispensável'
24/10/2016 16h05
O desenvolvimento de métodos alternativos é bem-vindo pela maioria dos cientistas, mas poucos acreditam que eles poderão substituir por completo os modelos animais. Não tem como simular toda a complexidade de um organismo numa cultura de células ou num computador, diz o imunologista Jean Pierre Peron, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, responsável pelos experimentos com camundongos que ajudaram a comprovar, no início deste ano, uma relação causal entre o vírus da zika e más-formações no cérebro de bebês.
A resposta da ciência à epidemia de zika é um bom exemplo da complementaridade dos testes in vitro (com células) e in vivo (com animais). As primeiras evidências concretas de que o vírus interferia no desenvolvimento do sistema nervoso vieram de estudos in vitro com organoides celulares - conhecidos como minicérebros -, mas a prova definitiva só veio mesmo com a reprodução do fenômeno em camundongos.
Peron injetou o vírus em fêmeas prenhas e observou que parte dos seus filhotes nascia com más-formações no cérebro semelhantes às de bebês humanos com microcefalia. Como é que você vai demonstrar isso sem o modelo animal? Não tem como, argumenta o cientista.
Situações
Os organoides são um avanço importante, tanto para teste de medicamentos quanto para pesquisa básica de doenças, mas há situações em que o modelo animal vai ser mesmo indispensável, avalia o pesquisador Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino, que foi o primeiro a mostrar que o vírus da zika era capaz de matar neurônios - usando minicérebros.
Não vejo substituição total, mas o avanço dos métodos alternativos nas próximas décadas será enorme, diz José Mauro Granjeiro, do Inmetro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A resposta da ciência à epidemia de zika é um bom exemplo da complementaridade dos testes in vitro (com células) e in vivo (com animais). As primeiras evidências concretas de que o vírus interferia no desenvolvimento do sistema nervoso vieram de estudos in vitro com organoides celulares - conhecidos como minicérebros -, mas a prova definitiva só veio mesmo com a reprodução do fenômeno em camundongos.
Peron injetou o vírus em fêmeas prenhas e observou que parte dos seus filhotes nascia com más-formações no cérebro semelhantes às de bebês humanos com microcefalia. Como é que você vai demonstrar isso sem o modelo animal? Não tem como, argumenta o cientista.
Situações
Os organoides são um avanço importante, tanto para teste de medicamentos quanto para pesquisa básica de doenças, mas há situações em que o modelo animal vai ser mesmo indispensável, avalia o pesquisador Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino, que foi o primeiro a mostrar que o vírus da zika era capaz de matar neurônios - usando minicérebros.
Não vejo substituição total, mas o avanço dos métodos alternativos nas próximas décadas será enorme, diz José Mauro Granjeiro, do Inmetro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Herton Escobar