Topo

Novas mortes por febre maculosa preocupam interior de São Paulo

Transmissor se hospeda principalmente em capivaras - João Paulo Rosa/Nitro
Transmissor se hospeda principalmente em capivaras Imagem: João Paulo Rosa/Nitro

José Maria Tomazela

26/07/2018 20h11

Novas mortes causadas pela febre maculosa, doença transmitida por um carrapato, preocupam os serviços de saúde em cidades do interior de São Paulo. Até a tarde desta quinta-feira, 26, as prefeituras contabilizavam 17 óbitos confirmados - desses, 14 já foram notificados à Secretaria da Saúde do Estado

O número inclui a primeira morte de uma pessoa pela doença em São Pedro, confirmada nesta quarta-feira, 25. A vítima, um homem de 36 anos, pode ter sofrido o contágio no bairro Praia Branca, à margem do Rio Piracicaba, onde ele costumava pescar. A prefeitura vai instalar placas de advertência sobre a possível presença do carrapato na área.

Leia também:

O transmissor se hospeda principalmente na pele de capivaras, animais abundantes em banhados e beiras de rio. Em Americana, a prefeitura confirmou nove mortes e interditou 15 áreas consideradas de risco, entre elas pontos turísticos da zona rural, como pesqueiros dos rios Piracicaba e Jaguari e parte da orla da Represa do Salto Grande.

Em Pedreira, foram confirmadas duas mortes este mês - um adolescente de 17 anos e uma mulher de 60. Uma mulher de 53 anos morreu com a doença em Paulínia. Outras três cidades da região - Limeira, Santa Bárbara d'Oeste e Cordeirópolis - confirmaram um óbito cada. Em Limeira, placas de advertência foram instaladas em áreas de possível contágio.

A febre maculosa causou a morte de um morador de Sorocaba, a primeira da região, confirmada no último dia 21. Conforme a prefeitura, a vítima, um idoso de 77 anos, teria contraído a doença numa área de pesca, à margem do Rio Sorocaba, em Jumirim, município da região. Um segundo óbito suspeito é investigado.

O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado informou que os números de febre maculosa estão caindo anualmente. Em 2016, foram notificados 64 casos e 37 óbitos, e, em 2017, foram 39 casos e 32 óbitos. Este ano, os municípios notificaram 32 casos e 14 óbitos. Conforme o órgão, cabe aos municípios o trabalho de campo para controle da doença, bem como a investigação dos casos.