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Mortes por meningite antes do inverno põem em alerta cidades paulistas

Secretaria da Saúde realiza ação em escolas infantis do município e, quando necessário, vacina alunos - Pixel_away/iStock
Secretaria da Saúde realiza ação em escolas infantis do município e, quando necessário, vacina alunos Imagem: Pixel_away/iStock

José Maria Tomazela

Em Sorocaba

11/06/2019 13h52

A ocorrência de mortes por meningite antes do inverno, estação mais propícia para a doença, põe em alerta os serviços de saúde em cidades do interior de São Paulo.

Em Indaiatuba, três pessoas - um adolescente de 17 anos e dois bebês, com 8 meses e 1 ano e 2 meses respectivamente - morreram este ano após contrair a doença.

A última morte aconteceu em maio. Dois óbitos decorreram de meningite bacteriana, o outro foi causado por meningite viral. Uma quarta morte, possivelmente por meningite viral, de um bebê de 1 ano e 2 meses, está em investigação. Houve outros 20 casos em que os pacientes se recuperaram.

A Secretaria da Saúde realiza uma ação em escolas infantis do município e, quando necessário, faz a vacinação dos alunos. Os agentes conferem as carteiras de imunização e orientam os pais sobre as formas de prevenção.

O Departamento de Vigilância Epidemiológica afirma que não há razão para alarme, pois os casos em 2019 estão dentro da média histórica.

Em 2018, foram 43 casos e três óbitos e, em 2017, houve 51 casos e dos óbitos. A prefeitura informou que acompanha rigorosamente todos os casos suspeitos e confirmados, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde.

Em Sorocaba, foram confirmados 58 casos de meningites este ano, sendo 13 de meningites bacterianas, 36 casos virais e 9 de outras etiologias. Do total, quatro evoluíram para óbitos.

Apesar dos números, a Vigilância Epidemiológica municipal informou que não há surto na cidade. "Toda suspeita de meningite deve ser notificada para a Vigilância Municipal, que monitora os casos e indica medidas de bloqueio quando necessárias", informou a prefeitura.

Em Mairinque, um estudante de 11 anos morreu em abril, após contrair a forma bacteriana da doença. A criança havia sido internada com suspeita de picada de animal peçonhento, mas os exames confirmaram a meningite. A Vigilância Epidemiológica fez o bloqueio do caso.

Em São José do Rio Preto, entre as vítimas da meningite está o jornalista Fabiano Fresneda, de 34 anos. Ele morreu em abril deste ano, após permanecer cerca de 50 dias internado na unidade de terapia intensiva do Hospital de Base.

Em Ribeirão Preto, um bebê de 8 meses morreu de meningite bacteriana, no mês passado. Foi a segunda morte pela doença no ano na cidade. Em abril, um bebê de 7 meses foi a óbito após contrair meningite meningocócica. Conforme a Secretaria da Saúde, a cidade teve outros 23 casos da doença este ano.

A cidade de Ilhabela, litoral norte do Estado, o surgimento de cinco casos de meningite levou à suspensão das aulas nas escolas em que as crianças, com idades entre 2 e 4 anos, estudavam. Quatro casos eram virais e um bacteriano, mas todos os pacientes evoluíram para a cura.

Surtos

O Centro de Vigilância Epidemiológica (CEV) da Secretaria de Saúde do Estado informou que não há evidência de anormalidade no cenário epidemiológico da meningite até o momento.

"Em casos de surtos localizados, sempre que necessário, as vigilâncias epidemiológicas são acionadas para agir imediatamente na investigação dos casos e providenciar a vacinação de grupos específicos com o objetivo de conter efetivamente a transmissão", disse o órgão, em nota.