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Com 32 casos confirmados neste ano, cidade de SP tem surtos de sarampo

Cidade de São Paulo já registra surtos da doença e circulação do vírus em seu território - Getty Imagens
Cidade de São Paulo já registra surtos da doença e circulação do vírus em seu território Imagem: Getty Imagens

Fabiana Cambricoli e Paula Felix

Em São Paulo

18/06/2019 11h25

Com 32 casos confirmados de sarampo somente neste ano, a cidade de São Paulo já registra surtos da doença e circulação do vírus em seu território.

A informação foi confirmada ontem ao jornal O Estado de S. Paulo pelas Secretarias Estadual e Municipal da Saúde. Antes de 2019, a capital estava havia quase quatro anos sem registrar infecção pela doença.

O alerta nas Vigilâncias Sanitárias do Estado e do Município aumentou nas últimas duas semanas, quando o número de casos confirmados saltou de 14 para 32.

Do total, oito são importados (cuja infecção ocorreu fora de São Paulo) e os demais estão sendo investigados para que a secretaria possa determinar se a contaminação ocorreu internamente. Há ainda 147 casos suspeitos notificados, entre eles o de um aluno de uma escola infantil da Pompeia, na zona oeste.

Com o registro, a Prefeitura decidiu realizar uma vacinação geral de alunos e funcionários do colégio nesta semana, inclusive de bebês menores de 1 ano, faixa etária em que o imunizante geralmente não é recomendado.

Por causa de um possível contato com a criança doente, os bebês a partir de 6 meses que frequentam a escola também serão imunizados.

"Embora a vacina seja indicada aos 12 meses e 15 meses (primeira e segunda doses), ela pode ser aplicada a partir dos 6 meses sem nenhum risco. É segura", explicou Solange Maria de Sabóia e Silva, coordenadora da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) da secretaria municipal.

Alerta

A notícia do caso suspeito causou preocupação na escola, principalmente entre pais de alunos menores de 1 ano, ainda não imunizados.

"Meu filho acabou de completar 1 ano e tinha tomado a vacina na semana passada, mas são necessários dez dias para a vacina começar a proteger. Se o caso suspeito for confirmado como sarampo, há um risco de ele ter sido contaminado porque a doença é altamente contagiosa e as crianças convivem no mesmo ambiente. Estamos com muito medo", diz o engenheiro Alexandre Ganeu, de 41 anos.

Para tentar impedir um surto de grandes proporções na cidade, a Prefeitura iniciou na semana passada uma vacinação para jovens de 15 a 29 anos, mas a adesão, após uma semana de campanha, é muito baixa: apenas 0,2% do público esperado compareceu aos postos.

"As pessoas têm de levar a sério a recomendação de vacinação. O vírus está circulando na cidade e a única forma de prevenção é a vacina", afirmou Solange. Ela ressaltou que, para quem trabalha de segunda a sexta em horário comercial, há 80 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) integradas com AMAs que abrem aos sábados.

De acordo com a secretaria municipal, há registro de casos confirmados de sarampo de moradores de todas as regiões da cidade.

De 32 registros, 13 ocorreram na coordenadoria de saúde da zona norte, 7 na do centro, 6 na da região sudeste, 5 na área da coordenadoria oeste e um na da região leste.

Dentre os casos, há surtos confirmados em Higienópolis (região central) e em uma universidade da zona leste.

Ampliação

A diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Regiane de Paula, informou que, além da capital, outras seis cidades têm casos confirmados da doença: Santos (21 casos), Santo André (6), Guarulhos (4), Osasco (1), Jales (1) e Sorocaba (1), em um total de 66 casos. Nenhuma morte foi registrada.

"Com esse cenário, estamos estudando ampliar a campanha de vacinação dos adolescentes e jovens também para Santo André e Guarulhos."

Outra preocupação da secretaria é de que a chegada de turistas por causa da Copa América piore o cenário de circulação do vírus. Isso porque, somente na Europa, 100 mil casos e 90 mortes por sarampo foram registrados entre 2018 e 2019, conforme a Organização Mundial da Saúde.

"Sabemos que há turistas de 98 nacionalidades diferentes que compraram ingressos para os jogos e estamos com núcleos de monitoramento de possíveis casos. Também promovemos vacinação de funcionários dos estádios e dos centros de treinamento", informou Regiane. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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