HC quer individualizar tratamento de TOC infantil
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, unidade da rede pública estadual, está ampliando suas pesquisas para descobrir as causas e os melhores tratamentos, em cada caso, para o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) em crianças.
O objetivo é definir qual sequência de tratamentos é mais adequada para jovens e crianças que sofrem com TOC. Para isso, foi desenvolvido projeto de tratamentos sequenciais randomizados, do inglês Sequential Multiple Assignment Randomized Trial, ou Smart.
A pesquisa pretende verificar se existem diferenças entre se iniciar o tratamento do TOC com medicamentos ou com terapia cognitiva-comportamental, em grupo para crianças e adolescentes, levando em conta diversas características dos pacientes, como sexo, idade de início dos sintomas e presença de outros diagnósticos psiquiátricos concomitantes, entre outros itens.
Rosa Magaly Morais, psiquiatra da infância e adolescência e organizadora de uma das pesquisas do HC, explica que a pesquisa é uma maneira de oferecer tratamentos de primeira linha na rede pública baseados em resultados que levem em conta características dos pacientes e fatores que influenciam a resposta aos diferentes tipos de tratamento.
Podem participar da seleção crianças e adolescentes entre seis e 17 anos de idade que apresentem pensamentos, imagens ou impulsos repetitivos e comportamentos repetitivos. O estudo vai oferecer avaliação da saúde mental dos participantes e o tratamento poderá ser com uso de medicamentos e/ou terapia cognitiva-comportamental em grupo. O acompanhamento especializado durará um ano.
O HC está desenvolvendo, também, um estudo inédito de caracterização em crianças e adolescentes de fatores de risco para o TOC. O estudo busca identificar relações entre o fato de os pais terem TOC e outros transtornos de ansiedade e a chance de que seus filhos também desenvolvam o problema. Desta forma, será possível traçar estratégias de prevenção contra o desenvolvimento da patologia.
Podem participar da seleção pais com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), pânico, transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e fobia social com diagnóstico estabelecido por médico psiquiatra, e que tenham filhos com idade entre 3 a 17 anos.
Também serão aceitos casos de crianças com idade entre 3 a 17 anos que tenham irmãos com um dos diagnósticos acima citados (TOC, pânico, TAG e fobia social). Este projeto conta com uma avaliação psicopatológica e neuropsicológica completas.
A psicóloga responsável pela pesquisa, Priscila Chacon, acredita que ela poderá significar um avanço importante no diagnóstico e no tratamento precoce das crianças e adolescentes, com impacto direto da diminuição do sofrimento e melhora da qualidade de vida das crianças e suas famílias.
Em ambas as pesquisas os participantes terão a oportunidade de serem avaliados gratuitamente pelos profissionais do Instituto de Psiquiatria.
As inscrições, para as duas pesquisas, podem ser feitas pelo telefone 2661-7594 e, para a pesquisa com os pais e filhos, poderá ser efetuada, também, pelo e-mail priscilachacon@usp.br.
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