Oito em cada 10 usuários de plano de saúde tiveram problemas com atendimento, aponta pesquisa
Quase oito em cada dez usuários de planos de saúde (ou 77% deles) sofreram algum problema com o atendimento nos últimos dois anos no Estado de São Paulo. O dado é de pesquisa do Datafolha, encomendada pela Associação Paulista de Medicina (APM) nesta quarta-feira (15). O objetivo do levantamento foi investigar os principais conflitos e deficiências percebidas na utilização dos serviços.
A Associação Paulista de Medicina e a ProTeste aproveitaram a ocasião para lançar um serviço nacional de apoio exclusivo aos pacientes de plano de saúde. O telefone 0800.200.4200 atenderá reclamações de todo o Brasil, oferecendo esclarecimento e apontando encaminhamentos para a garantia dos direitos dos usuários de planos de saúde.
Aproximadamente 6,2 milhões de usuários tiveram problema em consulta médica; as principais queixas referiram-se a:
1. Demora na marcação de consultas | 53% |
2. Médico saiu do plano | 30% |
3. Demora na autorização da consulta | 25% |
5. Falta de médicos nas especialidades | 20% |
6. Demora na autorização de exames, durante a consulta | 19% |
7. Restrição para realização de exames, durante a consulta | 11% |
A amostragem retrata o universo de 10 milhões de pacientes da saúde suplementar e teve como base 804 entrevistas, distribuídas por todo o Estado, com uma população de 18 anos ou mais, possuidora de plano ou seguro saúde, que utilizou algum serviço nos últimos 24 meses.
Estima-se que 40% da população do estado de São Paulo possui plano ou seguro de saúde, o que equivale a 12,4 milhões de pessoas a partir de 18 anos.
Principais queixas
O índice de usuários com problemas foi de 64% em consultas; 40% em exames diagnósticos e 72% em pronto-socorro.
No caso das consultas, as principais queixas são de demora para marcação (53%), médico que saiu do plano (30%) e demora para autorização (25%).
Em exames diagnósticos, as reclamações recorrentes são de demora para marcação e poucas opções de laboratórios (ambas mencionadas por 24%), entre outras.
No pronto-socorro, 67% das reclamações são referentes a superlotação na sala de espera, 51% a demora para atendimento e 12% a demora para realização de exames e também a locais inadequados para medicação. Também aparecem entre as queixas a negativa de atendimento (5%) e a demora ou negativa na transferência para leito hospitalar (4%).
Internações e cirurgias
Ainda de acordo com a pesquisa, 37% dos usuários tiveram problemas com internação hospitalar. A maior parte reclamou de poucas opções de hospitais (30%), demora para autorizar a internação (16%) e falta de vaga (9%).
Do total de entrevistados, 15% reclamaram de problemas em cirurgias, como a demora na autorização (11%) e a falta de cobertura para materiais especiais (4%).
Pagamentos
Apenas 3% dos usuários ouvidos fizeram queixas sobre preços e pagamentos, a maior parte sobre valores reembolsados.
Segundo o levantamento, 1% dos usuários já recorreu à Justiça contra algum plano de saúde. Entre os entrevistados a partir de 60 anos, o índice chega a 3%. No entanto, 14% dos usuários têm conhecimento de alguma pessoa que já recorreu contra um plano de saúde.
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