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Para mulher que passou por FIV, lidar com ansiedade é o mais difícil

Taciana Beatriz Couto e o marido, Mário Gasperini, comemoram o primeiro Dia das Mães com os gêmeos João Pedro e Maria Alice em casa; eles passaram por dois tratamentos de fertilização in vitro - Leandro Moraes/UOL
Taciana Beatriz Couto e o marido, Mário Gasperini, comemoram o primeiro Dia das Mães com os gêmeos João Pedro e Maria Alice em casa; eles passaram por dois tratamentos de fertilização in vitro Imagem: Leandro Moraes/UOL

Tatiana Pronin

Do UOL, em São Paulo

12/05/2013 07h00

Passar por um tratamento de fertilização in vitro (FIV) não é fácil. Envolve passar por uma série de exames, tomar injeções diárias para estimular a ovulação, sofrer os efeitos colaterais dos hormônios e fazer um investimento financeiro alto (cada tentativa custa, em média, R$ 16 mil). Além disso, é preciso lidar com a expectativa da família, que nem sempre tem informação suficiente sobre reprodução assistida. E, apesar de todo o avanço da medicina, o sucesso não é garantido. 

"A ansiedade é a parte mais difícil do tratamento", conta Taciana Beatriz Couto, 37 anos. Como boa parte das mulheres de sua geração, ela estava envolvida demais na carreira aos 30 anos para pensar em ser mãe. Por volta dos 35, porém, a vontade bateu. Casada com um homem alguns anos mais velho, que já tinha filhos de outro casamento e havia passado por uma vasectomia, ela precisou, em primeiro lugar, convencer o marido a abraçar a causa. Para piorar, ela sofre de endometriose, problema que costuma ter impacto na fertilidade.

Há quase três anos, ela e o marido, Mário Gasperini, 52 anos, procuraram uma clínica e foram submetidos à fertilização in vitro (FIV). Hoje, graças a uma técnica chamada ICSI (sigla que, em inglês, significa 'injeção intracitoplasmática de espermatozoide'), até homens vasectomizados podem ser pais. Ela permite que espermatozoides extraídos diretamente do órgão reprodutor masculino sejam injetados nos óvulos. 

O procedimento, no entanto, foi mal-sucedido: Taciana teve uma gravidez ectópica (fora do útero) e ela foi submetida a uma cirurgia de emergência. "Não tive nenhuma assistência da clínica onde havia feito o tratamento", comenta. Quase dois anos depois, recorreu a outra clínica para fazer uma nova tentativa, que deu certo logo no primeiro ciclo.

A executiva teve dois embriões transferidos e ambos vingaram. Ela teve os gêmeos João Pedro e Maria Alice, hoje com um ano e um mês. É o primeiro Dia das Mães que passa com os dois em casa, já que a menina teve que ficar um tempo internada na UTI após o parto, para ganhar peso. "É muito especial; é uma conquista, a realização de um sonho", comemora.