Obsessão por comida "saudável" pode ser doença, alerta médica
O programa “Meu Prato Saudável”, parceria do Instituto do Coração (InCor) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP com a LatinMed Editora em Saúde, decidiu fazer um alerta à população sobre a ortorexia, transtorno psiquiátrico que decorre da obsessão em relação à alimentação.
Segundo a médica Elisabete Almeida, diretora-executiva do programa, o distúrbio surge quando a pessoa passa a ser excessivamente preocupada com o que come no dia-a-dia, adotando hábitos de alimentação radicais como, por exemplo, conferir um a um os nutrientes e calorias de cada alimento, deixar de comer fora de casa e preferir exclusivamente os alimentos ditos “naturais”.
Segundo ela, alguns fatores que podem desencadear esse distúrbio são: modismos alimentares, o culto ao corpo e a excessiva publicidade de produtos supostamente saudáveis ou enriquecidos. “Os ortoréxicos costumam levar essas tendências a níveis extremos”, diz.
A médica alerta que, assim como tudo na vida, é preciso evitar excessos, mesmo quando se trata de saúde. “Se virar obsessão, certamente será mais prejudicial do que benéfico”.
A não ser que haja alguma restrição nutricional específica, diz a diretora do “Meu Prato Saudável”, não há alimento proibido. E comer de forma saudável deve ser um hábito natural, de preferência adquirido desde a infância.
Lançado em 2012, o “Meu Prato Saudável” é o maior programa de orientação alimentar do Brasil e tem como objetivo conscientizar a população a manter um peso saudável, já que o sobrepeso atinge 50% da população. Trata-se de uma reinterpretação da “pirâmide alimentar”, para facilitar o entendimento de uma alimentação equilibrada, com alimentos que os brasileiros já estão habituados.
A metodologia do “Meu Prato saudável” ensina: preencha metade do prato com verduras e legumes (crus e cozidos) e a outra metade, divida em carboidratos (arroz, massas, batata, mandioca ou farinhas) e proteínas (animal e vegetal).
“Preocupar-se com a alimentação saudável é diferente de ser ortoréxico. A diferença está no grau de preocupação com o alimento ingerido e na restrição de nutrientes que são essenciais ao organismo”, conclui a médica.
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