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Distribuição de médicos no país é "visivelmente desequilibrada", diz Dilma

Do UOL, em São Paulo

19/09/2013 18h12

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (19) em Rondonópolis (MT) que o Brasil tem uma distribuição de médicos "visivelmente desequilibrada", com mais profissionais nas grandes cidades e menos em suas periferias, no interior e nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo a presidente, o país conta atualmente com 1,8 médicos por mil habitantes.

As declarações da presidente foram feitas durante uma agenda pública pela inauguração do Projeto Expansão Malha Norte. A obra inclui a ferrovia Ferronorte, no trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, e o Complexo Intermodal Rondonópolis. 

Após o discurso voltado a grandes produtores de grãos e a empresas relacionadas ao transporte ferroviário, Dilma afirmou que era seu “dever esclarecer” à plateia pontos do Mais Médicos, uma vez que o programa “está sendo debatido”.

“Enquanto os Estados Unidos têm 25% de médicos que eles trazem de fora, portanto, eles não gastam dinheiro formando, nós [temos] 1,78 [%]", disse Dilma, que citou ainda percentuais de outros “países  ricos, desenvolvidos, com dinheiro para formar seus médicos”, como Inglaterra, com 35% a 37%, e Canadá, com 20%. “Olha a discrepância entre nós e os EUA, o país mais desenvolvido”, enfatizou.

  • Arte UOL

    Saiba qual a proporção de médicos em cada Estado e o panorama em outros países

A afirmação foi feita durante uma agenda pública da presidente em Rondonópolis (MT), onde ela participou da inauguração do Projeto Expansão Malha Norte. A obra inclui a ferrovia Ferronorte, no trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, e o Complexo Intermodal Rondonópolis.

Após o discurso voltado a grandes produtores de grãos e a empresas relacionadas ao transporte ferroviário, Dilma afirmou que era seu “dever esclarecer” à plateia pontos do Mais Médicos, uma vez que o programa “está sendo debatido”.

Por outro lado, a presidente admitiu ser necessária a formação de mais profissionais em território brasileiro a fim de suprir déficit em áreas como o Norte do país e as periferias das grandes cidades, as mais carentes de médicos, destacou.

Onde falta médico, faltam dentistas e enfermeiros, mostra pesquisa

A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros.

É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da AMS (Assistência Médico-Sanitária) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde

“Pesquisas só sobre saúde apontam que queremos um atendimento médico daquele em que se pega na pessoa, faz exame clínico... queremos o atendimento mais humanizado possível”, disse. “Não fizemos esse programa de forma improvisada, mas avaliamos e percebemos que o Brasil tem que aumentar a formação de médicos. Inclusive aqui, formados aqui, e não apenas de graduação, mas de residência --está provado que o médico que se gradua e se forma tende a ficar naquele determinado local”.

Segundo Dilma, o governo dá “muito valor ao médico brasileiro”. “Por isso o Brasil terá que apostar em um programa sério de formação de médicos no interior, com alta qualidade de residência, formando pediatras, oncologistas, anestesiologistas. Faremos isso sistematicamente, mas o médico leva tempo pra se formar”, advertiu.

Antes de citar os exemplos estrangeiros para justificar que o país “tem a obrigação de atender a população”, Dilma fez questão de ressalvar: “Não precisa olhar [apenas] para país desenvolvido, não, olha a Argentina: lá, são 3,6 profissionais estrangeiros a cada 1.000 habitantes”, observou.

Ferrovia ligará regiões e portos

A ferrovia inaugurada hoje em Rondonópolis possui extensão total de 260 km e foi construída para facilitar o transporte de milho, soja, farelo de soja, minério de ferro e cargas em contêineres. O sistema também transportará, como carga de retorno, combustível, fertilizantes e outros insumos do agronegócio.

Ao todo, foram investidos na obra R$ 780 milhões com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O sistema de ferrovias da região terá a capacidade de movimentar 100 mil toneladas por dia de grãos e outros insumos, o equivalente a 1.190 vagões, o que permite o processamento de seis trens, com carregamento de dois trens simultaneamente.