Mais Médicos faz governo economizar com mão de obra formada fora, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff atribuiu a criação do programa Mais Médicos, nesta quinta-feira (19), a uma estratégia de economia do governo federal com a não formação de mão de obra que chega pronta de outros países.
“Enquanto os Estados Unidos têm 25% de médicos de fora, [ou seja,] não gastam dinheiro formando, nós temos 1,78% de profissionais formados no exterior a cada 1.000 habitantes”, comparou. “Por isso fizemos o Mais Médicos”.
A afirmação foi feita durantte uma agenda pública da presidente em Rondonópolis (MT), onde ela participou da inauguração do Projeto Expansão Malha Norte. A obra inclui a ferrovia Ferronorte, no trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, e o Complexo Intermodal Rondonópolis.
Após o discurso voltado a grandes produtores de grãos e a empresas relacionadas ao transporte ferroviário, Dilma afirmou que era seu “dever esclarecer” à plateia pontos do Mais Médicos, uma vez que o programa “está sendo debatido”.
Ao citar percentuais de médicos estrangeiros em outros países, a presidente destacou “países ricos, desenvolvidos, com dinheiro para formar seus médicos”, como os Estados Unidos, com 25% de estrangeiros em seu quadro de médicos, Inglaterra, com 35% a 37%, e Canadá, com 20%. “O Brasil tem 1,78% [de médicos formados no exterior] .Olha a discrepância entre nós e os EUA, o país mais desenvolvido”, declarou.
Por outro lado, a presidente admitiu ser necessária a formação de mais profissionais em território brasileiro a fim de suprir déficit em áreas como o Norte do país e as periferias das grandes cidades, as mais carentes de médicos, destacou.
Onde falta médico, faltam dentistas e enfermeiros, mostra pesquisa
A concentração de médicos nos grandes centros acompanha a de outros profissionais de saúde, como dentistas e enfermeiros, e a de unidades de saúde. Onde falta um, faltam os outros. É o que o mostra um recorte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, que se baseou em dados da AMS (Assistência Médico-Sanitária) do IBGE, que conta os postos de trabalho ocupados por profissionais de saúde |
“Pesquisas só sobre saúde apontam que queremos um atendimento médico daquele em que se pega na pessoa, faz exame clínico... queremos o atendimento mais humanizado possível”, disse. “Não fizemos esse programa de forma improvisada, mas avaliamos e percebemos que o Brasil tem que aumentar a formação de médicos. Inclusive aqui, formados aqui, e não apenas de graduação, mas de residência --está provado que o médico que se gradua e se forma tende a ficar naquele determinado local”.
Segundo Dilma, o governo dá “muito valor ao médico brasileiro”. “Por isso o Brasil terá que apostar em um programa sério de formação de médicos no interior, com alta qualidade de residência, formando pediatras, oncologistas, anestesiologistas. Faremos isso sistematicamente, mas o médico leva tempo pra se formar”, advertiu.
Antes de citar os exemplos estrangeiros para justificar que o país “tem a obrigação de atender a população”, Dilma fez questão de ressalvar: “Não precisa olhar [apenas] para país desenvolvido, não, olha a Argentina: lá, são 3,6% de profissionais estrangeiros a cada 1.000 habitantes”, observou.
Ferrovia ligará regiões e portos
A ferrovia inaugurada hoje em Rondonópolis possui extensão total de 260 km e foi construída para facilitar o transporte de milho, soja, farelo de soja, minério de ferro e cargas em contêineres. O sistema também transportará, como carga de retorno, combustível, fertilizantes e outros insumos do agronegócio.
Ao todo, foram investidos na obra R$ 780 milhões com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O sistema de ferrovias da região terá a capacidade de movimentar 100 mil toneladas por dia de grãos e outros insumos, o equivalente a 1.190 vagões, o que permite o processamento de seis trens, com carregamento de dois trens simultaneamente.
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