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Programa SOS Reimplante comemora cinco anos e 375 cirurgias no Rio

08/01/2014 11h57

Para o programa SOS Reimplante, que funciona no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN), em Duque de Caxias, 2013 doi um ano especial. Inaugurado no fim de 2008, o programa acaba de completar cinco anos com 375 cirurgias realizadas, sendo 143 reimplantes. Ao longo de 2013 foram 24 reimplantes e um total de 61 procedimentos.   

"Ao longo destes cinco anos foram beneficiados quase 150 pacientes. Tivemos muitos casos de sucesso com cirurgias bem sucedidas. É um programa que veio para ficar", comemora o cirurgião João Recalde, coordenador do SOS Reimplante.

Formadas por cinco profissionais cada, as duas equipes da unidade comemoram o alto índice de sucesso nas cirurgias: 80%. Para garantir este resultado, além do reimplante em si, muitas vezes é preciso realizar cirurgias complementares de reparação de nervos e procedimentos em tendões.

Primeiro caso de 2014

O ano novo já contabiliza mais uma operação bem sucedida da equipe do SOS Reimplante. Um homem de 44 anos teve a mão direita amputada em um acidente de trabalho numa indústria pesada.

O acidente ocorreu às 9h desta terça-feira, 07 de janeiro, e logo o homem foi socorrido e encaminhado para o Hospital da Posse. A equipe do programa foi acionada, o paciente transferido para o HEAPN e a cirurgia teve início às 14h.

"Por volta das 15h45 a mão já estava afixada. Ainda fizemos reparação de artérias, veias, nervos e tendões, além da reconstrução da pele. A cirurgia terminou às 20h20. Agora é só aguardar a reação do paciente à cirurgia", avalia Recalde.

Terapia Ocupacional

Para ajudar na reabilitação dos pacientes operados, o programa SOS Reimplante oferece sessões de terapia ocupacional com objetos lúdicos e encontrados no cotidiano, como massa de modelar e tachinhas, por exemplo.

O serviço possibilita que os membros reimplantados, especialmente da mão, recuperem os movimentos e que os pacientes voltem a ter uma vida normal.

O início

Em dezembro de 2008, Recalde recebeu uma ligação do então secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, com um pedido urgente: deslocar-se com uma equipe para o HEAPN para tentar reimplantar o braço da menina Ana Catarina, na época com 10 anos, que teve o membro direito amputado enquanto tentava tirar roupas de uma máquina de lavar industrial no abrigo onde morava, em Areal.

A criança foi transferida de helicóptero para a unidade e, menos de quatro horas depois, estava na mesa de cirurgia. O sucesso do procedimento foi o pontapé inicial para a criação do programa SOS Reimplante no hospital, único que oferece esse tipo de atendimento no estado.

Casos marcantes

Nesses cinco anos de programa, o caso que mais o marcou o médico João Recalde foi o do menino Lucas de Oliveira.

Em dezembro de 2010, Lucas, na época com 10 anos, foi atropelado na porta da casa do avô, em Xerém, e teve a perna direita esmagada. As chances de sucesso do reimplante eram de apenas 30%, mas Lucas superou o prognóstico inicial e, menos de dois anos depois, já tinha recuperado quase todo o movimento do membro.

"Esse foi um caso limite que nos surpreendeu muito. Não há nada que pague ver o paciente retomar sua vida. O médico, em princípio, é um idealista e sempre teve o ideal de fazer o bem à população de baixa renda, a pessoas que não têm acesso à medicina de ponta. Por isso, sempre acreditei e desejei que o reimplante fosse oferecido pelo serviço público, pois lá está a grande maioria dos casos", relata o médico.