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Carnaval: Saúde faz campanha contra DST e distribuirá 104 mi de camisinhas

O Ministro da Saúde Arthur Chioro e o Secretário de Vigilância em Saúde Jarbas Barbosa lançam a campanha de estímulo ao uso da camisinha no Carnaval - Elza Fiuza/Agência Brasil
O Ministro da Saúde Arthur Chioro e o Secretário de Vigilância em Saúde Jarbas Barbosa lançam a campanha de estímulo ao uso da camisinha no Carnaval Imagem: Elza Fiuza/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

25/02/2014 11h52

Foi lançada nesta terça-feira (25) a campanha de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids do Carnaval deste ano e que será estendida a todos os grandes eventos e festas populares, como São João e a Copa do Mundo. O slogan “Se tem festa, festaço ou festinha, tem que ter camisinha” entra no ar na quarta-feira (26). Segundo Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a intenção é associar os momentos de alegria à conscientização para que as pessoas não se esqueçam dos cuidados básicos. Para isso, serão distribuídos 104 milhões de preservativos até o final de março.

Barbosa lembra que foi divulgado no final de 2013 que 340 mil pessoas estão em tratamento de Aids, com acesso aos medicamentos mais modernos. Porém, mais de 150 mil portadores do vírus HIV não sabem disso ou relutam em saber. Ele fala que, graças ao novo protocolo, com testagem e oferta de tratamento mais rápidos, ao invés de 40 mil pessoas entrando em tratamento em 2014, o Ministério da Saúde quer alcançar 100 mil das 150 mil pessoas que ainda não tomaram conhecimento de serem portadoras do vírus. “Queremos produzir uma redução efetivamente positiva nos casos".

“A ideia é que onde houver festa, levemos uma mensagem para as pessoas se cuidarem. Especialmente para adolescentes e jovens. Não vamos trabalhar a campanha só no Carnaval, mas durante o ano todo, pois temos Copa do Mundo, o que vai gerar 'carnaval fora de época' e também há as festas juninas”, conta Barbosa, lembrando que o país é o maior comprador de preservativos do mundo: "Compramos de uma fábrica brasileira em Xapuri (AC), mas também de todos os produtores mundiais".

Slogan que pega

O Ministro da Saúde Arthur Chioro elogiou o slogan: “Ele pega fácil,  se comunica direto com a juventude. Gostei muito das peças da publicidade, por mostrarem as diferentes formas de organizações sociais. Temos de trabalhar com o conjunto da sociedade. Sem perder a dimensão do diagnóstico precoce e do tratamento”.

“É melhor saber se é portador do vírus. Qualquer pessoa de vida sexual ativa deveria fazer o teste. Com o novo protocolo, após o diagnóstico positivo, a pessoa começa a fazer o tratamento imediatamente. Do ponto de vista da saúde pública, quanto antes o paciente tomar medicamento antirretroviral, a chance de transmissão cai muito. É uma ferramenta de prevenção junto com o preservativo fará o número cair. Temos de facilitar o diagnóstico”, admite Barbosa.

Em 2013, segundo o ministério, foram gastos R$ 600 mi e para este ano serão mais de R$ 1,2 bilhão voltados à Aids, seja em tratamentos como em publicidade. Só para esta campanha foram gastos R$ 15 milhões. Além dos 104 milhões de preservativos que serão distribuídos até março, estarão disponíveis 4,7 milhões de testes rápidos, mais os tradicionais, totalizando quase 9 milhões. “O teste de HIV deve ser pedido pelo médico sempre, fazendo parte da rotina”, conta Barbosa.

Segundo o Ministério da Saúde,  este tipo de campanha não é algo comum em nenhum lugar do mundo. Chiro diz que o objetivo é que as redes de saúde ampliem a atenção básica ainda mais, graças ao Mais Médicos.

Chioro frisa a importância do preservativo, pois a ideia da campanha é passar a mensagem 'use sempre camisinha". Ele afirma que além disso, hoje há estrutura no país para se desenvolver o diagnóstico precoce da doença e um volume de recursos garantido para o tratamento. “Há um aspecto importante que nos reporta aos números mencionados, são 340 mil brasileiros em tratamento e 150 mil portadores do vírus que não têm noção de sua situação. A campanha vai chamar a população para o uso da camisinha, mas também para o diagnóstico precoce”.

Ele lembra que os vídeos da campanha mostram o cidadão comum buscando um centro de saúde, não só nas grandes cidades. “As pessoas podem contar com uma rede pronta, qualificada, de forma segura, sigilosa e gratuita para o teste rápido, não só para o HIV, mas para sífilis, hepatites B e C. Em 30 minutos temos condições de dar o diagnóstico. Vamos chamar os brasileiros para que façam este teste. Há uma dimensão coletiva, sempre que tratarmos o usuário estamos interceptando a cadeia de transmissão das doenças. É um desafio ter uma rede que permita que os pontos do SUS (Sistema Único de Saúde) tenham capacidade de diagnóstico e orientação, para ganhar a segurança de jovens, adolescentes ou  idosos e se tornar uma ferramenta forte", afirma o ministro.

“É preciso integrar e qualificar a situação, com clareza e divisão de responsabilidades, não só para podermos enfrentar a Aids, mas outras doenças como a hepatite. E que a pessoa aprenda a lidar com seu corpo da forma mais solidária possível. A prevenção não pode ser só feita pelo poder público e pela imprensa, mas por cada brasileiro, é preciso ter responsabilidade e solidariedade, pois estamos falando da vida”, encaerra Chioro.

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