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Vírus da herpes foi passado de chimpanzés para o homem há 6 milhões de anos

Do UOL, em São Paulo

17/06/2014 22h27

Cientistas do Centro de Pesquisas Antivirais de San Diego, na Califórnia (EUA), publicaram um estudo que sugere que os humanos não conheciam o vírus da herpes até entrarem em contato com chimpanzés, milhões de anos antes do surgimento do homem moderno, informou o site Live Science. O vírus é um dos mais comuns do planeta e infecta cerca de 67% da população mundial. 

Os pesquisadores descobriram que o vírus da herpes do tipo 1 infectou hominídeos antes que a espécie se diferenciasse dos chimpanzés, há cerca de seis milhões de anos. Já o vírus do tipo 2 provavelmente foi passado para os humanos em tempos mais recentes, há cerca de 1,6 milhão de anos. De acordo com o autor do estudo, Joel O. Wertheim, “antes de sermos humanos, ainda havia transmissão entre espécies em nossa linhagem evolutiva”.

Atualmente, o vírus da herpes do tipo 1 é a causa mais comum para feridas ao redor da boca, enquanto o tipo 2 causa feridas na área genital. Ambos os vírus podem infectar qualquer parte do corpo. Os humanos são a única espécie que pode ser infectada pelos dois tipos do vírus ao mesmo tempo, segundo informou o site Live Science.

Estudos recentes mostram que pessoas entre 14 e 19 anos são mais suscetíveis a contrair o herpes genital causado pelo vírus do tipo 1 que pessoas de outras faixas etárias. Isso se deve, em parte, ao fato de que muitos jovens não foram expostos ao vírus da herpes durante a infância, por conta da melhora nas condições de higiene.

Testes de sangue feitos em adolescentes americanos entre 2005 e 2010 indicaram que esse grupo tem menos anticorpos contra o vírus da herpes do tipo 1 que gerações anteriores, tornando-o mais suscetível a contrair o vírus quando iniciam sua vida sexual.

A nova descoberta ajudará os cientistas a entender como a transmissão de vírus entre espécies funciona. “Entender como e quando contraímos vírus que atualmente nos infectam pode nos dar uma perspectiva para potenciais eventos de transmissão entre espécies que levem à introdução de novos vírus humanos”, disse Wertheim.