Tratamento com hormônio promete combater obesidade e diabetes
Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, promete revolucionar o desenvolvimento de tratamentos contra desordens metabólicas, como obesidade e diabetes. A equipe da Escola de Medicina de Yale concluiu, após vinte anos da descoberta do hormônio da leptina, que ele também atua sobre outros tipos de células, além dos neurônios.
A leptina é um hormônio produzido pelos adipócitos, ou células gordurosas, e é um dos responsáveis por regular o metabolismo, apetite e peso corporal. Ela atua no hipotálamo, bloqueando a sensação de fome, sendo um dos responsáveis por conduzir os sinais que regulam a vontade de ingerir alimentos do corpo para o cérebro. Por isso, pessoas obesas podem ter problemas na produção deste hormônio.
Até pouco tempo, no entanto, se pensava que a leptina atuava apenas sobre os neurônios, tipos de células do sistema nervoso central que transmitem impulsos nervosos. Mas, estudos feitos com ratos mostraram que a leptina também pode controlar o comportamento de outras células, como as células gliais (ou astrócitos). “Essas células também proporcionam uma barreira chave entre o corpo e o cérebro. Atingir os sinais de leptina nessas células pode fazer com que haja alteração no controle central do metabolismo, sem que seja necessário administrar a ingestão de um produto químico destinado ao cérebro”, afirmou o coordenador e autor do estudo, Tamas Horvath, professor de medicina comparativa da Escola de Medicina de Yale.
Para comprovar a teoria, os pesquisadores de Yale fizeram testes com ratos em laboratório. Eles isolaram as células glias não neuronais de roedores adultos e registraram a ingestão de água e alimentos, além da prática de atividades físicas. Após cinco dias, eles constataram que houve uma diminuição dos efeitos da leptina, ou seja, aumento da ingestão de alimentos, e o crescimento da ação do hormônio da fome, a grelina.
Diabetes
Pesquisadores de Yale também chegaram à conclusão que o tratamento com leptina também pode ajudar pacientes com diabetes do tipo 1 e 2, pois o hormônio é capaz de reverter casos de hipoglicemia.
Pesquisas feitas com ratos em jejum mostraram que, neste estado, a concentração de leptina e insulina são inferiores no plasma em relação a do corticosterona, hormônio do estresse produzido nas glândulas adrenais que elevam os níveis de glicose no sangue. Segundo o estudo, normalizando os níveis de leptina há reduções marcantes nas concentrações plasmáticas de glicose.
A equipe de Yale acredita que as suas descobertas sobre a leptina podem liderar o desenvolvimento de novos tipos de terapias para reduzir e reverter casos de hipoglicemia de difícil controle em pacientes com diabetes tipo 1 e 2.
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