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Bebê Sofia opera sopro no coração para se preparar para transplante nos EUA

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

17/07/2014 16h02

Depois de seis horas de operação, a bebê Sofia Lacerda Gonçalves, de seis meses, deixou a sala de cirurgias cardíacas do Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, com o problema de sopro no coração solucionado pelos médicos. A bebê foi direto para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, onde deve permanecer até a noite desta quinta-feira (17). A expectativa é que ela volte para o quarto.

Portadora de um sopro desde que nasceu, Sofia teve que passar pelo procedimento para melhorar suas condições de saúde. Portadora da síndrome de Berdon, que provoca problemas no sistema excretor, ela terá que fazer transplante de seis órgãos para sobreviver. De acordo com os médicos, a resolução do problema cardíaco era o primeiro passo para a realização dos procedimentos.

A operação começou perto de 9h e terminou às 14h45, horário de Brasília.

“Ela está super bem, já em recuperação. É provável que hoje mesmo voltemos para o quarto”, afirmou Patrícia Lacerda, mãe da menina. O Jackson Memorial confirmou a informação.

Segundo Patrícia, o problema no coração foi detectado ainda no Brasil, pelo HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), mas a decisão pela operação foi tomada após outros exames, mais detalhados, realizados nos Estados Unidos. “Foi mais uma batalha vencida pela Sofia, nossa guerreira”, disse Patrícia à reportagem do UOL.

Transplante

A menina passa por uma bateria de exames antes de realizar o transplante. Não há previsão sobre quando a operação será realizada, já que é necessário esperar por um doador compatível com Sofia.

O médico brasileiro Rodrigo Vianna, que fará os trasplantes, informou que espera, agora, pelos resultados de parte dos exames para inserir Sofia na lista de transplante. “Não vai ser fácil, Sofia tem uma série de problemas, mas tenho muita esperança que ela sobreviva”, disse o profissional.

O caso

Sofia já passou por três cirurgias desde que nasceu para amenizar os efeitos da Sindrome de Berdon, mas a cura só é possível com os transplantes. Os procedimentos serão feitos no Jackson Memorial Medical e custam R$ 2,4 milhões, pagos pela União, que foi obrigada pela Justiça a pagar o tratamento e qualquer outro gasto extra que surgir. O dinheiro já foi depositado na conta do hospital. O valor gasto com a cirurgia cardíaca também foi pago pelo governo federal, mas o montante não foi confirmado.

Sofia irá precisar do transplante de seis órgãos do sistema digestivo.

Segundo o médico brasileiro Rodrigo Vianna, que fará o procedimento, trata-se da maior cirurgia possível de ser feita em um ser humano. será necessário transplantar estômago, duodeno, pâncreas, intestino delgado e possivelmente intestino grosso, além do fígado .

Sofia embarcou para os Estados Unidos em 3 de julho depois de uma batalha jurídica no Brasil que garantiu a ela o direito de se tratar nos Estados Undos. A expectativa é que a família fique pelo menos dois anos em Miami, período que, além da espera pelo doador, inclui também o pós-operatório da menina.