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Em Santa Catarina, Aids entre jovens cresce 56% em um ano

Aline Torres

Do UOL, em Florianópolis

01/12/2014 20h05

O contágio de Aids entre jovens catarinenses de 15 a 19 anos aumentou 56% em um ano. Florianópolis é a segunda capital do país em números de infectados e dos 20 municípios brasileiros com maior taxa de detecção, oito estão em Santa Catarina.

Para o médico infectologista e assessor técnico da DIVE -SC (Vigilância Epidemiológica), Eduardo Campos de Oliveira, a queda durante muitos anos nos casos de contágio seria o motivo para o salto no número de jovens catarinenses que contraíram o vírus entre 2012 e 2013.  “Eles não nasceram nos anos 80, eles sabem que há bons tratamentos, que garantem a qualidade de vida, por isso não temem a Aids. Pelo prazer preferem encarar o risco”, afirma.

Santa Catarina é o quarto estado com maior número de óbitos por HIV no país: 576 mortes no ano passado. Em 29 anos de registros do vírus, 35 mil pessoas foram infectadas no Estado. Algumas das suas principais cidades lideram o ranking de detecção no Brasil: Itajaí, Balneário Camboriú, Rio do Sul, Camboriú, Biguaçu, São José, Florianópolis e Criciúma. A maioria é turística, conhecida pelas praias e badalações.

Para sufocar o crescimento da Aids serão implantados testes rápidos em todos os postos de saúde de Santa Catarina. O exame exige apenas uma gota de sangue e o resultado sai em 20 minutos. “A agilidade no diagnóstico determina a vida ou morte do paciente. Essa distribuição é uma vitória para a saúde pública”, diz Eduardo Campos de Oliveira.

Florianópolis será equipada nesta semana. As outras cidades receberão gradualmente o serviço até o final do ano. Os testes eram usados apenas em casos de estupro, pré-natal e se algum profissional da saúde se picasse durante o trabalho.