Tem doença cardíaca? Não saia de casa nos horários de pico
Se você sofre de alguma doença cardíaca deve evitar sair de casa nos horários de pico e reduzir o uso de combustíveis fósseis. Pelo menos é o que sugere um novo estudo, publicado no European Heart Journal. Apesar de difícil de ser cumprida, a recomendação dos médicos da Sociedade Europeia de Cardiologia visa diminuir o contato de pacientes cardíacos com a poluição do ar, que, segundo Robert F. Storey, um dos autores do estudo, mata mais de três milhões de pessoas por ano.
"A poluição do ar ocupa a nona posição entre os fatores de risco modificáveis da doença, à frente de baixa atividade física, dieta rica em sódio, colesterol elevado e uso de drogas", afirma.
Para os autores do estudo, há uma forte relação entre o contato com a poluição do ar e a piora nos fatores de risco cardiovasculares. Por exemplo, pessoas obesas ou diabéticas podem sofrer mais com a poluição, pois os poluentes do ar agravam ou instigam o desenvolvimento de fatores de risco, como pressão arterial elevada, e prejudicam a sensibilidade à insulina.
"Agora há ampla evidência de que a poluição do ar está associada com morbidade e mortalidade cardiovascular. Ela não só torna as doenças cardíacas pior, mas também contribui para o que este tipo de doença se desenvolva. Evitar a poluição do ar, sempre que possível, pode ajudar a reduzir o risco cardiovascular, portanto os cardiologistas devem aconselhar seus pacientes”, acredita Storey.
No estudo, os especialistas sugerem uma série de recomendações para reduzir a exposição à poluição do ar: evitar sair de casa nos horários de pico, deixar o carro em casa e ir trabalhar e/ou sair a pé, de bicicleta ou usar um transporte público, evitar caminhar em ruas com alta intensidade de tráfego, praticar atividades em parques e jardins longe de grandes vias, limitar o tempo passado em ar livre durante períodos de forte poluição, além de considerar sistemas de ventilação que filtre o ar da rua.
Poluição dentro de casa
Para os autores, o papel da poluição do ar dentro das casas também não deve ser subestimado, já que ela pode entrar em ambientes fechados. Storey avalia que, neste caso, é papel dos políticos agir.
"Os políticos têm um papel importante para reduzir a poluição ao ar livre e dentro das casas. Ainda que os cidadãos possam reduzir sua emissão de poluentes, eles devem criar leis para diminuir o uso de combustíveis fósseis”, defende Storey.
Os combustíveis fósseis são a principal fonte de poluição do ar e de gases de efeito estufa. “Afastando-se do uso de combustíveis fósseis para a produção de energia resultará em grandes benefícios para a saúde humana, tanto de redução da exposição à poluição quanto aos efeitos da mudança climática", pondera Storey.
O especialista conclui que a poluição do ar deve ser considerada um dos principais fatores de risco para prevenir e controlar as doenças cardiovasculares, especialmente entre os indivíduos já diagnosticados e os que tem riscos de ter.
Para combater os efeitos potenciais da exposição à poluição do ar, a indicação é de que os pacientes tomem a medicação prescrita para prevenção primária ou secundária das doenças.
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