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Veja 6 problemas de saúde pouco conhecidos que viraram destaque na Rio 2016

Do UOL, em São Paulo

18/09/2016 06h00

Durante as semanas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Rio de Janeiro, condições médicas pouco conhecidas, mas que atingem milhares de pessoas, ganharam os holofotes.

Veja seis problemas de saúde que foram "redescobertos" durante a Rio 20165: 

Verônica - Graziella Batista / MPIX - Graziella Batista / MPIX
Imagem: Graziella Batista / MPIX
 

Síndrome de Ehlers-Danlos

A para-atleta brasileira Verônica Almeida, que entrou pro Guinness após nadar 12 quilômetros usando apenas o braço esquerdo, possui a rara Síndrome de Ehlers-Danlos.

Conhecida como "síndrome das pessoas elásticas", a doença foi descoberta em 1901. As células dessas pessoas param de produzir colágeno, causando problemas nos tecidos conjuntivos --como tendões, músculos e membranas que envolvem as articulações. Em alguns casos, os vasos sanguíneos podem ficar dilatados ou se romperem.

A doença não tem cura, e é preciso apenas gerenciar os sintomas. Desde 2007, a atleta participa de um tratamento experimental, na França, que aumenta os níveis de colágeno. 

Susana - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução
 

Atrofia de Múltiplos Sistemas

A nadadora gaúcha Susana Schnarndorf, 48, convive há 12 anos com a AMS (Atrofia de Múltiplos Sistemas), uma doença degenerativa rara que limita gradualmente o movimento, a respiração e outras funções autônomas do organismo. Atualmente, a atleta tem 40% de capacidade respiratória, além de dificuldade para falar.

Estima-se que a AMS tenha cerca de 4,6 casos por 100 mil habitantes. Os sintomas são semelhantes aos do Mal de Parkinson, o que pode gerar a demora do diagnóstico. A doença, mais comum em pessoas de meia-idade, é incurável e causada pela degeneração das células nervosas do cérebro. Ela atinge o equilíbrio de todas as funções corporais. 

Marcelo dos Santos bocha - Daniel Zappe/MPIX/CPB - Daniel Zappe/MPIX/CPB
Dirceu Pinto, Eliseu Santos e Marcelo Santos comemoram medalha de prata na bocha das Paraolimpíadas
Imagem: Daniel Zappe/MPIX/CPB
 

Distrofia Muscular de Becker

Foi somente aos 30 anos que o medalhista de bocha paraolímpica Marcelo dos Santos aceitou usar cadeira de rodas. Ele teve dificuldades em conviver com o diagnóstico de Distrofia Muscular de Becker, doença degenerativa que leva à perda dos movimentos. O irmão Eliseu, cinco anos mais novo, possui a mesma doença.

A distrofia é uma condição genética que enfraquece os músculos de forma gradual. A doença afeta mais os homens, mas pode aparecer em mulheres também. Os sintomas como dificuldade para andar e correr, dor ao praticar atividades físicas, e problemas para levantar peso ou subir escadas, começam a aparecer na faixa dos 5 a 15 anos.

A doença é progressiva e ainda não tem cura. 

McKenzie Coan - Sergio Moraes/Reuters - Sergio Moraes/Reuters
Imagem: Sergio Moraes/Reuters
 

Osteogênese imperfeita

A atleta americana McKenzie Coan não apenas levou a medalha de ouro nos 50 metros estilo livre de natação, como estabeleceu um novo recorde paraolímpico.

Coan foi diagnosticada ainda na infância com osteogênese imperfeita, conhecida como a doença dos “ossos de vidro”. A principal característica desta condição é o fato de os ossos quebrarem com facilidade. Algumas crianças sofrem fraturas ainda no útero materno.

Além das fraturas, a doença pode provocar a curvatura dos ossos, dentes escuros e frágeis, perda progressiva da audição, baixa estatura, dificuldade de locomoção e deformidades nos ossos do tórax e coluna, resultando em problemas cardíacos e pulmonares

Coan que já fraturou mais de 35 ossos durante a vida, começou a nadar como uma parte de sua terapia física.

Além dos tratamentos com fisioterapia, alguns medicamentos são utilizados para reduzir o número de fraturas e aliviar a dor. Outro recurso envolve a colocação de uma haste metálica, que acompanha o crescimento dos ossos.

Joanna Rowsell - Matthew Childs Livepic/Reuters - Matthew Childs Livepic/Reuters
Imagem: Matthew Childs Livepic/Reuters
 

Alopécia

A ciclista britânica Joanna Rowsell perdeu os cabelos aos dez anos de idade. Ela sofre de alopécia areata, uma doença autoimune que causa a perda de cabelo. O próprio organismo ataca os folículos e impede o crescimento dos fios. Durante os jogos, Rowsell deu uma lição de autoestima ao falar sobre a doença.

A extensão da doença é variável. O paciente pode perder desde pequenas áreas do cabelo ou de pelos até todos os fios do corpo. A doença afeta cerca de 2% da população mundial. A doença não é contagiosa e ainda não há um tratamento que possa reverter a queda dos cabelos. 

Kathleen Baker - Gabriel Bouys/ AFP - Gabriel Bouys/ AFP
Imagem: Gabriel Bouys/ AFP
 

Doença de Crohn

Medalha de prata na natação 100 m costas e ouro no revezamento 4x100 m medley, Kathleen Baker, 19, foi diagnosticada com doença de Crohn aos 13 anos, o que colocou em dúvida sua carreira como atleta. 

A doença pode afetar todo o sistema digestivo, mas em geral atinge os últimos 20 centímetros do intestino delgado e o cólon. Os sintomas mais comuns da doença são dores abdominais, diarreia, perda de peso, anemia e fadiga. A condição também pode ter complicações graves, como perfurações no intestino que podem atingir a vagina e a bexiga.

Ainda não existe cura para Crohn. O tratamento é feito de acordo com a fase de evolução da doença para aliviar os sintomas, prevenir o retorno das crises e buscar a remissão. Segundo a Colite Foundation of America, mais de 5 milhões de pessoas no mundo convivem com a doença.