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Comer menos pode retardar os efeitos do envelhecimento; ao menos nos ratos

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Do UOL, em São Paulo

07/03/2017 12h00

Existem vários cremes que prometem proteger sua pele das rugas, mas eles são superficiais. O envelhecimento não acontece só no rosto, mas também nas células, e a receita para retardar o processo é: comer menos.

Quer se manter jovem? Faça as pazes com a dieta. O corte de calorias impacta no envelhecimento celular ao desacelerar os ribossomos - fabricantes de proteínas das células.

Quando os ribossomos trabalham mais devagar, o processo de envelhecimento diminui.

O ritmo lento faz os ribossomos reduzirem sua produção, mas dá tempo extra para se repararem e funcionarem ainda melhor.

“É como se fosse um carro de luxo, ele pode ser muito bom, mas a manutenção é que garante que ele continue novinho em folha e andando bem”, disse John Price, professor de bioquímica da Universidade de Brigham Young.

Quando um pneu do carro fura, você não joga o carro fora. Para os ribossomos a mesma regra é válida, se ele funciona mal, não é possível destruí-lo, mas é necessário repará-lo.

A reparação dos ribossomos permite que eles continuem produzindo proteínas de alta qualidade por mais tempo do que qualquer outra forma. Esta produção de alta qualidade, por sua vez, mantém as células e todo o corpo funcionando bem.

O elixir da juventude é contar calorias?

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Não é bem assim. A redução ainda não foi comprovada em humanos, mas funcionou com ratos.

Price e sua equipe observaram dois grupos de camundongos. Um tinha acesso ilimitado aos alimentos, enquanto o outro estava restrito a consumir 35% menos calorias.

Quando você restringe o consumo de calorias, há quase um aumento linear no tempo de vida

John Price, professor de bioquímica da Universidade de Brigham Young

O estudo, publicado no periódico Molecular & Cellular Proteomics, não é o primeiro a ligar as calorias cortadas ao tempo de vida, mas foi pioneiro ao mostrar que a síntese proteica geral desacelera e a reconhecer o papel do ribossomo na facilitação dessas mudanças que estendem a juventude.

“Os camundongos com restrição calórica foram mais enérgicos e sofreram menos doenças. Não é só que eles vivem mais, eles se mantêm saudáveis, são mais jovens”.

Não precisamos parar de comer, mas devemos compreender que o alimento não é só algo para engolir, é um sinal que diz ao nosso corpo e células como responder.

“Estamos desvendando os mecanismos do envelhecimento e por enquanto eles nos mostram que devemos tomar decisões mais assertivas sobre o que vamos comer”.