Mesmo com campanha, só 20% do público-alvo se vacina contra febre amarela
A campanha de vacinação contra a febre amarela, iniciada no dia 25 de janeiro em 54 municípios de São Paulo e 15 cidades do Rio de Janeiro, não teve a adesão esperada. Segundo o Ministério da Saúde, até esta quinta-feira (15), 3,95 milhões de pessoas tinham sido vacinadas --sendo 3,6 milhões com doses fracionadas. O número corresponde a 19,3% do público-alvo previsto nos dois Estados.
A recomendação é que Rio de Janeiro e São Paulo continuem a campanha até atingir a meta de imunizar 20,5 milhões de pessoas.
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Devido à baixa procura dos fluminenses pela vacina, o Rio já anunciou a prorrogação da campanha. No Estado, 1,22 milhão de pessoas foram vacinadas (12%), sendo 963,5 mil com a fracionada.
Já em São Paulo, a campanha está prevista para terminar neste sábado (17), quando acontece o "Dia D de Mobilização". O Estado vai avaliar a necessidade de prorrogação da campanha após essa data. No total, 2,7 milhões de paulistas foram vacinados, o que representa 26% do público-alvo, sendo 2,6 milhões de pessoas com a fracionada.
Na Bahia, a campanha de fracionamento da vacina de febre amarela terá início na próxima segunda-feira (19). O Estado pretende vacinar 3,3 milhões de pessoas em 8 municípios.
Número de casos
Em uma semana, o número de casos de febre amarela no país aumentou 15%, passando de 353 para 407. Os dados do Ministério da Saúde são referentes aos registros da doença de 1º de julho de 2017 a 15 de fevereiro deste ano. Neste período, foram registradas 118 mortes, que representa um crescimento de 20%. No mesmo período do ano passado, 532 casos e 166 óbitos foram confirmados.
Com 183 casos confirmados e 46 mortes, São Paulo é o Estado mais afetado pela doença. Minas Gerais (157 casos confirmados e 44 mortes) é o segundo Estado mais atingido pelo vírus, seguido do Rio de Janeiro (68 casos confirmados e 27 mortes). Foi confirmado também um caso com óbito no Distrito Federal.
Mas os dados do Ministério apresentam uma pequena defasagem em relação ao balanço das Secretarias Estaduais da Saúde. Em Minas Gerais, por exemplo, o governo confirma 193 casos da doença e 76 óbitos. Outros 404 casos seguem sob investigação.
Alerta para novo risco
O Instituto Evandro Chagas, da Fiocruz, detectou o vírus da febre amarela em mosquitos Aedes albopictus (popularmente conhecido como Tigre Asiático) capturados em 2017 em áreas rurais próximas dos municípios mineiros de Itueta e Alvarenga. A descoberta é uma alerta para uma possível transição da febre amarela rural (transmitida apenas em áreas silvestres) para a urbana, não relatada no país desde 1942, já que o mosquito transita nos dois ambientes.
Os cientistas precisam ainda descobrir se o Aedes albopictus tem ou não a capacidade vetorial, ou seja, consegue ou não transmitir a doença para humanos. Isso porque, como explicam os pesquisadores, o encontro do vírus no mosquito não significa necessariamente que ele adquiriu o papel de transmissor da doença. Novos estudos serão realizados.
Caso a capacidade vetorial seja identificada, o Brasil pode ter um tipo de transmissão intermediária, com vetores que convivem em áreas rurais e urbanas. No Brasil, essa forma de transmissão nunca foi registrada, mas há registros na África.
O Ministério da Saúde reitera, no entanto, que não há registro confirmado de febre amarela urbana no país e também não há registro de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus da febre amarela. Todos os casos de febre amarela registrados no Brasil são silvestres, inclusive os atuais, ou seja, a doença foi transmitida por vetores que existem em ambientes de mata (mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes).
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