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Campanha de vacinação da febre amarela é prorrogada até 2 de março em SP

Do UOL, em São Paulo

19/02/2018 14h53

Com a baixa procura de pessoas pela vacina, a Secretaria Estadual de São Paulo decidiu prorrogar por duas semanas a campanha de vacinação contra a febre amarela, que se encerraria no último sábado (17). A medida tem o objetivo de imunizar 9,2 milhões de pessoas ainda não vacinadas em 54 cidades do Estado até o dia 2 de março. 

Desde 25 de janeiro, início da campanha, 3.423.748 paulistas foram vacinadas. A maioria delas (3.287.621) recebeu a dose fracionada, contra as 136.127 doses padrões aplicadas. O número corresponde a cerca de 36% do público-alvo previsto. 

A região do Estado com menor cobertura vacinal é a Baixada Santista, com 23,1%. No Vale do Paraíba e no Litoral, a cobertura é de 33,1%. O Grande ABC atingiu 36%, contra os 46,2% da capital paulista, que já imunizou mais de 1,5 milhões dos 3,3 milhões de moradores dos distritos definidos na campanha.

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"Decidimos prorrogar a campanha para garantir que todas as pessoas que precisam sejam vacinadas contra a febre amarela. A imunização é a principal forma de proteger a população contra a doença", afirma a diretora de Imunização da Secretaria, Helena Sato.  

A campanha prioriza a aplicação da dose fracionada da vacina, tipo de estratégia indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mediante o intenso aumento de casos de febre amarela silvestre, com risco de expansão da doença em cidades com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para Vacinação anteriormente. 

No fracionamento da vacina da febre amarela, a mesma vacina é utilizada, só que em dose menor. A diferença está no volume e no tempo de proteção. A dose padrão possui 0,5 ml e protege por toda a vida, enquanto a dose fracionada tem 0,1 ml e protege por pelo menos oito anos, segundo o Instituto Biomanguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fabricante da vacina. O índice de eficácia do fracionamento é de 98%.

A vacinação fracionada é recomendada para pessoas a partir dos dois anos de idade. Mas não é indicada para crianças de 9 meses a dois anos, que devem ser imunizados com a dose integral, assim como os viajantes internacionais, que devem apresentar comprovante de viagem no ato da vacinação. 

Devem passar por consulta médica antes de tomar a vacina idosos a partir de 60 anos, gestantes, pessoas que terminaram o tratamento com quimioterapia ou radioterapia, portadores de doença renal, hepática ou no sangue e pessoas que fazem uso de corticoide.

Vale ressaltar que a vacina fracionada e integral não é indicada para crianças menores de nove meses, mulheres amamentando crianças menores de seis meses, àqueles que têm alergia grave a ovo, quem vive com HIV e tem contagem de células CD4 menor que 350, quem está em tratamento com quimioterapia/radioterapia, a portadores de doença autoimune, e àqueles que estão em tratamento com imunossupressores.

As reações adversas à vacina --como dores no corpo, dores de cabeça e febre -- podem afetar entre 2% e 5% dos vacinados nos primeiros dias após a imunização. Já as mortes são ainda mais raras. Segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), esses casos ocorrem em um em cada 400 mil doses aplicadas.

Mortes provocadas pela doença na capital

A capital paulista registrou as três primeiras mortes do ano decorrentes de casos autóctones (contraído na própria cidade) de febre amarela silvestre, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, mais duas pessoas contraíram a doença na cidade. Todos os registros são de moradores ou frequentadores de área próxima à Serra da Cantareira, na zona norte, região onde a campanha de vacinação começou em setembro de 2017.

Os pacientes que morreram não tinham se vacinado: uma mulher, 55 anos, moradora do Mandaqui e frequentadora do Tremembé; outros dois homens, um de 24 e o outro de 34 anos, moravam também no Mandaqui e visitavam o Horto Florestal, de acordo com relato dos familiares.

O primeiro caso autóctone no município, confirmado na última sexta-feira (9), foi de um morador do distrito do Tremembé, na zona norte, de 29 anos, que frequentava semanalmente local ao lado do Parque Estadual da Cantareira, próximo à divisa com a cidade de Mairiporã.

    Desde 2017, foram registrados 202 casos de febre amarela silvestre no Estado de São Paulo, dos quais 76 causaram a morte do paciente. Em 53,9% dos casos, a doença foi contraída na cidade de Mairiporã e 16,8% em Atibaia.

    Há um caso com residência no Rio de Janeiro e infecção em Atibaia (SP). Já entre os óbitos, há um morador de Minas Gerais e outro de Santa Catarina, ambos infectados em Mairiporã. A secretaria reafirmou que não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.