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Santa Maria (RS) investiga surto de toxoplasmose; entenda causa e prevenção

Divulgação/Prefeitura de Santa Maria (RS)
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Santa Maria (RS)

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL

19/04/2018 19h41

Com 14 casos confirmados, o município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, enfrenta um surto de toxoplasmose, conhecida também como doença de gato. A informação foi confirmada ao UOL pela Prefeitura da cidade, nesta quinta-feira (19), após outros 45 casos clínicos suspeitos de ligação com a doença serem descartados. 

A Prefeitura de Santa Maria afirmou que uma força-tarefa envolvendo as secretarias de Saúde municipal e estadual foi estabelecida para “adotar todas as medidas de investigação, prevenção e controle da doença”. A toxoplasmose é transmitida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelo protozoário toxoplasma gondii, geralmente encontrado em fezes de gato e outros felinos.

“Todo surto deve ser investigado. Já confirmamos o surto de toxoplasmose, agora estamos em processo de definição da magnitude deste evento e fundamentalmente da fonte comum de contaminação dessas pessoas, que ainda não está esclarecida”, explicou Tani Ranieri Muratore, chefe da Divisão Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância.

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Uma das suspeitas é que a contaminação esteja ocorrendo por meio da água distribuída no município. Entretanto, a Corsan, que faz o abastecimento de água no município, afirma que todas as análises feitas confirmam que a água é potável e está dentro dos padrões recomendados. “Não indicam nenhuma inconformidade. Mas já solicitamos análises complementares para descartar totalmente”, comentou José Epstein, coordenador regional da Corsan. Outra hipótese que está sendo investigada está relacionada aos alimentos ingeridos pela população.

Segundo o médico Thiego Teixeira, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, não há motivo para pânico porque a maioria absoluta dos casos evolui para cura. “Geralmente, a doença é assintomática e evolui para cura. A preocupação é com gestantes porque a doença pode passar para o bebê se não tratada e, em casos graves, pode levar ao aborto, má-formação fetal e até provocar cegueira no bebê", explicou o especialista 

Além disso, os outros grupos de risco são as crianças menores de dois anos e pessoas com baixa imunidade. "Nesses casos, o tratamento se dá por meio de antibióticos. Mas em geral, na maioria das ocorrências, a pessoa é contaminada e nem fica sabendo, porque não apresenta nenhum sintoma”, completou Teixeira.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, as principais medidas de prevenção à toxoplasmose são evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas, comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente, além de evitar contato direto com fezes de gatos.