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Médicos removem tumor de 59 kg em ovário de mulher nos EUA

Uma mulher de 38 anos passou por uma cirurgia para retirar um tumor gigante - Danbury Hospital/CNN
Uma mulher de 38 anos passou por uma cirurgia para retirar um tumor gigante Imagem: Danbury Hospital/CNN

05/05/2018 10h53

Um tumor de ovário pesando 59 quilos e medindo um metro foi removido de uma mulher de 38 anos em Connecticut, nos Estados Unidos. O procedimento foi realizado em 14 de fevereiro, mas revelado apenas agora por dois médicos entrevistados pela rede de televisão “CNN”.

A paciente, mantida em anonimato, contou que o abscesso começou a crescer 4,5 quilos por semana a partir de novembro do ano passado. Uma equipe médica, incluindo 12 cirurgiões, precisou de cinco horas para retirar o tumor no Danbury Hospital.

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O oncologista e chefe da cirurgia, Vaagn Andikyan, detalhou o procedimento. “Esse tumor gigantesco originou-se no ovário esquerdo. Nós retiramos o ovário, a trompa esquerda e o tecido que estava aderido ao ovário."

O tumor se originou nas células epiteliais que revestem o órgão. São chamados “mucinosos” porque são preenchidos por uma substância gelatinosa produzida pelas células tumorais. "Tumores mucinosos ovarianos tendem a ser grandes", disse Andkyan. "Mas tumores desse tamanho são extremamente raros na literatura. Pode ser que de 10 a 20 tumores desse tamanho tenham sido removidos em todo o mundo."

Embora o abscesso fosse tecnicamente benigno e não tenha se espalhado para fora do ovário, ele comprimia os vasos sanguíneos da região, o que representava uma ameaça à vida da paciente, segundo o médico Linus Chuang, presidente de obstetrícia e ginecologia da Western Connecticut Health.

"Havia muitos problemas relacionados a este tumor no abdômen. Ela não podia comer nem andar, e essa grande massa comprimindo o sistema nervoso representava um grande perigo", disse Chuang. "Ela estava sob risco de desenvolver coágulos por causa da compressão do fluxo sanguíneo."

Os médicos também retiraram quase três quilos de tecido da parede abdominal e o excesso de pele que havia sido esticado pelo tumor. Os médicos também tiveram que reconstruir o abdômen da paciente, que se deformou. "O abdômen foi tão empurrado que houve muitos problemas com a parede abdominal", revelou Chuang. "Consultamos um cirurgião plástico para fazer uma cirurgia reconstrutiva."

Desnutrida e sem andar

Quando a paciente se encontrou com os médicos do Danbury Hospital pela primeira vez, ela estava gravemente desnutrida e não conseguia andar devido ao inchaço das pernas e ao peso do tumor. Ela precisava usar uma cadeira de rodas para se locomover.

"Quando entrei pela primeira vez na sala de exame, encontrei a paciente desnutrida e com um peso de 59 quilos de um tumor extenso que tinha cerca de um metro de comprimento. Eu vi medo nos olhos da paciente. Ela estava sem muitas esperanças porque já tinha conversado com outros médicos, e todos foram incapazes de ajudá-la", disse Andikyan.

Ele lembra que as pernas da paciente estavam tão inchadas que ela mal conseguia andar. “Eu já vi inchaço nas pernas, mas nunca naquela magnitude." Durante o procedimento, um anestesista e um cardiologista trabalharam para manter a pressão sanguínea da paciente, particularmente quando o tumor foi desligado dos principais vasos sanguíneos.

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"Assim que começamos a remover o tumor, a pressão arterial da paciente começou a cair. Então, a cardiologia e a equipe de anestesia puderam ajustar o tratamento para que o coração e os pulmões pudessem suportar a cirurgia", disse Andikyan.

Os médicos conseguiram salvar o útero e o ovário direito da paciente, o que significa que ela ainda pode ter filhos se desejar. “Nós tivemos muito cuidado para evitar danos aos órgãos reprodutivos subjacentes", disse o médico.

Quase três meses após a cirurgia, a paciente se recupera bem, e até voltou a trabalhar como professora. "Queríamos que as pessoas soubessem, mas queríamos esperar até que a paciente estivesse indo bem no período pós-operatório. Já faz três meses, e ela está indo muito bem", disse Chuang.

Andikyan acrescentou que não foi necessário nenhum tratamento adicional. “Ela voltou a ter uma vida normal. Está de volta ao trabalho. Quando a recebi em meu consultório, só vi sorrisos, esperança e uma mulher feliz que estava de volta à vida normal e à família."

137 quilos de tumor

Os tumores ovarianos mucinosos constituem cerca de 15% de todos os tumores ovarianos e são conhecidos por serem um dos maiores tipos conhecidos. Aproximadamente 80% são benignos, de acordo com um estudo de 2013.

Um dos maiores já retirados de um humano foi um tumor ovariano de 137 quilos removido no Hospital Stanford em 1991, de acordo com um relatório de 1994.

Os médicos pedem que todas as mulheres procurem seus médicos se perceberem um crescimento anormal do óvulo. Os sintomas podem incluir dor abdominal ou pélvica, inchaço, necessidade de urinar frequentemente e alterações menstruais não relacionadas à menopausa.

"Se houver algum desconforto no estômago ou indigestão, é realmente importante chamar a atenção do seu médico ou profissional de saúde", disse Chuang. "É um câncer mortal se não for diagnosticado em estágio inicial."