Congo testa vacina para impedir que ebola devaste de novo a África
A República Democrática do Congo aposta em uma vacina experimental contra o ebola para combater a epidemia e evitar que o vírus volte a devastar a África Ocidental --como em 2014.
Desde 21 de maio, o Ministério da Saúde local, em parceria com OMS (Organização Mundial da Saúde), Médicos sem Fronteiras e Fundo das Nações Unidas para a Infância, aplica a vacina nos moradores das comunidades mais afetadas pela doença viral, transmitida a partir do contato com o sangue ou com as secreções infectadas (urina, fezes ou vômitos).
Mesmo em caráter experimental, a vacina já havia sido utilizada na Guiné em 2015. Também foi utilizada em diversos estudos com mais de 16 mil voluntários na Europa, na África e nos Estados Unidos e, segundo a OMS, se mostrou segura para o uso em humanos.
Em menos de um mês desde o início da vacinação no Congo, foram imunizadas mais de 1.000 pessoas nas áreas do surto, incluindo trabalhadores de saúde que estão sob alto risco.
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"Houve um progresso muito forte na resposta, particularmente em relação a dois dos três locais", afirmou o chefe de atendimento a emergências da OMS, Peter Salama, que comemorou a desaceleração do surto.
O país já notificou 58 casos de ebola. Os números incluem 28 casos confirmados, 21 prováveis e nove suspeitos, além de 27 mortes. A maior parte das infecções foi identificada nas regiões de Bikoro (29 casos) e Iboko (22 casos), uma área de difícil acesso.
E chegar nessa região, segundo Salama, é o maior desafio dos agentes de saúde. "Até veículos com tração nas quatro rodas não podem chegar à área, que não tem eletricidade", informou ele, que acrescentou: "Este é um grande desafio logístico e de apoio ao solo."
A República Democrática do Congo vive seu nono surto de ebola desde a descoberta do vírus, em 1976, que ameaça ao menos nove países africanos, segundo a OMS. Ainda assim, a organização se mostra otimista e diz que o surto deve acabar "muito em breve".
A direção anterior da OMS foi criticada pela reação lenta em 2014, quando se declarou epidemia que se alargou até janeiro de 2016, matando mais de 1.300 pessoas. Mais tarde, descobriu-se que o surto havia começado no fim de 2013, mas a OMS não convocou uma reunião de emergência até agosto de 2014.
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