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Congo testa vacina para impedir que ebola devaste de novo a África

Da AP

13/06/2018 04h01

A República Democrática do Congo aposta em uma vacina experimental contra o ebola para combater a epidemia e evitar que o vírus volte a devastar a África Ocidental --como em 2014.

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Em menos de um mźs, mais de 1.000 pessoas foram vacinadas contra o ebola no Congo
Imagem: Sam Mednick/AP
Desde 21 de maio, o Ministério da Saúde local, em parceria com OMS (Organização Mundial da Saúde), Médicos sem Fronteiras e Fundo das Nações Unidas para a Infância, aplica a vacina nos moradores das comunidades mais afetadas pela doença viral, transmitida a partir do contato com o sangue ou com as secreções infectadas (urina, fezes ou vômitos).

Mesmo em caráter experimental, a vacina já havia sido utilizada na Guiné em 2015. Também foi utilizada em diversos estudos com mais de 16 mil voluntários na Europa, na África e nos Estados Unidos e, segundo a OMS, se mostrou segura para o uso em humanos.

Em menos de um mês desde o início da vacinação no Congo, foram imunizadas mais de 1.000 pessoas nas áreas do surto, incluindo trabalhadores de saúde que estão sob alto risco.

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"Houve um progresso muito forte na resposta, particularmente em relação a dois dos três locais", afirmou o chefe de atendimento a emergências da OMS, Peter Salama, que comemorou a desaceleração do surto.

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A vacina contra a ebola é experimental, mas "segura" para a aplicação em humanos
Imagem: Sam Mednick/AP

O país já notificou 58 casos de ebola. Os números incluem 28 casos confirmados, 21 prováveis e nove suspeitos, além de 27 mortes. A maior parte das infecções foi identificada nas regiões de Bikoro (29 casos) e Iboko (22 casos), uma área de difícil acesso.

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Criança de 11 chora pela morte do pai; ela e o irmão de 6 anos estão sendo monitorados por agentes de saúde
Imagem: Sam Mednick/AP
E chegar nessa região, segundo Salama, é o maior desafio dos agentes de saúde. "Até veículos com tração nas quatro rodas não podem chegar à área, que não tem eletricidade", informou ele, que acrescentou: "Este é um grande desafio logístico e de apoio ao solo."

A República Democrática do Congo vive seu nono surto de ebola desde a descoberta do vírus, em 1976, que ameaça ao menos nove países africanos, segundo a OMS. Ainda assim, a organização se mostra otimista e diz que o surto deve acabar "muito em breve". 

A direção anterior da OMS foi criticada pela reação lenta em 2014, quando se declarou epidemia que se alargou até janeiro de 2016, matando mais de 1.300 pessoas. Mais tarde, descobriu-se que o surto havia começado no fim de 2013, mas a OMS não convocou uma reunião de emergência até agosto de 2014.