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Mortes de macacos por febre amarela alertam para presença de vírus em SP

Campanha de vacinação na capital paulista vai até 30 de junho - Getty Images
Campanha de vacinação na capital paulista vai até 30 de junho Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/06/2018 18h37

Os três macacos encontrados mortos na capital paulista em maio foram vítimas do vírus da febre amarela, como confirmou a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo nesta sexta-feira (15). Os resultados alertam para a permanência da circulação da doença no município.

Os animais foram localizados em São Domingos, Cangaíba e Parelheiros. Ao todo, desde outubro do ano passado, registrou a morte de 159 primatas por causa da doença.

“A confirmação das novas epizootias [mortes de macacos] nesta época reforça a importância de ampliar a cobertura vacinal na cidade, já que a tendência é que a circulação diminua nos meses mais frios", disse o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara.

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A campanha de vacinação na capital paulista, iniciada em outubro do ano passado, segue até o dia 30 de junho. "É imprescindível que quem ainda não se vacinou procure nossas unidades para estar protegido quando chegar o verão, época de maior atividade dos mosquitos transmissores", completou o secretário.

Até a última quarta-feira (13), apenas 6,6 milhões de moradores haviam sido imunizados contra a febre amarela. O índice representa 56,8% da população-alvo e está muito abaixo da meta de 95%.

Em 2018, a capital paulista registrou 14 casos da doença contraídos na própria cidade, sendo que sete evoluíram para óbito. Foram calculados ainda outros 106 casos de febre amarela importados. No Brasil, de julho de 2017 até 16 de maio de 2018, foram confirmados 1.266 casos de febre amarela com 415 óbitos –a maioria deles nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

vacina contra a febre amarela é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer, pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo. A vacinação também impede a doação de sangue por um período de quatro semanas.

Desde o ano passado, o Brasil passou a adotar a recomendação da Organização Mundial da Saúde, que é a de vacinar contra febre amarela apenas uma vez na vida. Isso vale para a dose integral. A dose fracionada --um quinto da dose integral que tem sido aplicada em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia-- a durabilidade é de nó mínimo 8 anos. 

Vacina segura

Cerca de 10% dos infectados pelo vírus da febre amarela desenvolvem a forma grave da doença, quando pode haver febre acompanhada de hemorragias, insuficiência hepática, insuficiência renal. De 30% a 60% dos pacientes que desenvolvem a forma grave da doença morrem num período entre 10 e 14 dias. A doença não tem tratamento, a única forma de evitá-la é a vacina.

Já os quadros mais graves decorrentes da vacinação, como efeitos neurológicos ou sintomas da febre amarela provocados pela vacina, ocorrem na proporção de 1 a cada 400 mil pessoas vacinadas. Para os especialistas, a vacina contra a febre amarela é segura. 

Temos visto que mesmo quando não leva a óbito, a febre amarela pode levar à necessidade de transplante de fígado com urgência. Os casos graves são tratados na grande maioria das vezes em UTIs. Diante de uma doença com uma letalidade dessas e que vem se expandindo, a única maneira de evitar é vacinando

Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.