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Mais de 900 fazem teste prático para validar diploma de medicina no Brasil

Saída de cubanos vai afetar quase metade do programa Mais Médicos - Lula Marques/Agência PT
Saída de cubanos vai afetar quase metade do programa Mais Médicos Imagem: Lula Marques/Agência PT

Do UOL, em Brasília

17/11/2018 15h01

Em meio à crise causada pelo anúncio da saída de Cuba do programa Mais Médicos, na última quarta-feira (14), profissionais brasileiros ou estrangeiros que se formaram em medicina fora do Brasil realizam neste fim de semana a segunda etapa do Revalida, exame nacional de revalidação de diplomas do MEC (Ministério da Educação).

A expectativa é que mais de 900 médicos façam a prova, aplicada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) neste sábado (17) e neste domingo (18), a partir das 13h (horário de Brasília), em cinco capitais brasileiras --Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Manaus e São Luís.

A aprovação no Revalida foi anunciada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), como pré-requisito para a permanência dos cubanos no Mais Médicos, programa criado em 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com o objetivo de reforçar o atendimento em regiões defasadas do país.

Nesta sexta-feira (16), em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Bolsonaro defendeu a necessidade de que um "Revalida presencial", para "assistir o médico e atender o povo", ao responder sobre o impacto da saída de mais de 8,3 mil cubanos do Mais Médicos.

"Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais entre aspas sem qualquer garantia de que eles sejam razoáveis profissionais no mínimo? Isso é injusto, isso é desumano. E eu, não sou presidente ainda, mas, se fosse, exigiria isso. Um Revalida presencial, [para] assistir o médico, atender o povo", declarou.

De acordo com o Inep, a segunda etapa do Revalida é uma prova de habilidades clínicas na qual o participante que obteve o diploma no exterior percorre dez estações para resolução de tarefas sobre investigação de história clínica, interpretação de exames complementares, formulação de hipóteses diagnósticas, demonstração de procedimentos médicos e aconselhamento a pacientes ou familiares.

Os mais de 8,3 mil cubanos que permaneciam no país até essa semana não precisavam passar pelo Revalida, mas eram submetidos a um exame que inclui prova prática, na qual o participante também "executa dez tarefas para uma banca examinadora suas habilidades para o exercício da função médica".