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Após polêmica, China proíbe trabalho com bebês geneticamente modificados

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Imagem: GETTY IMAGES

Da ANSA

29/11/2018 13h30

O governo da China determinou nesta quinta-feira (29) a suspensão dos trabalhos da equipe médica que reivindicara a criação de bebês geneticamente modificados para serem resistentes ao vírus HIV.   

O grupo é liderado pelo cientista He Jiankui, que já havia anunciado uma "pausa" em sua pesquisa na última quarta (28), após as críticas que recebera no mundo todo.   

Em entrevista ao canal estatal "CCTV", o vice-ministro de Ciência e Tecnologia da China, Xu Nanping, disse que se opõe "com força" aos estudos que teriam produzido gêmeas com DNA alterado e definiu a pesquisa como "ilegal e inaceitável".   

He diz ter criado uma técnica de engenharia genética que reescreve o DNA do embrião para permitir que ele seja resistente à Aids. Gêmeas que teriam sido submetidas a esse procedimento vieram à luz no mês passado, e uma segunda gravidez está em curso.   

O anúncio do nascimento das gêmeas geneticamente modificadas suscitou protestos na comunidade científica, inclusive na própria China, onde mais de 120 pesquisadores assinaram uma carta chamando a técnica de "loucura". A Comissão Nacional de Saúde abriu um inquérito para apurar o caso.   

"O experimento cruzou a linha da moralidade e da ética e é chocante e inaceitável", disse Xu. A pesquisa de He, no entanto, ainda não foi publicada em nenhum periódico científico e não pôde ser comprovada de forma independente.   

O gene modificado é o CCR5, usado pelo HIV para atacar o sistema imunológico do ser humano.