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Damares denuncia site por reportagem sobre aborto: "Apologia ao crime"

Ministra já se declarou contra o aborto e disse, no Twitter, que denunciou página "AzMina" - Agência Brasil
Ministra já se declarou contra o aborto e disse, no Twitter, que denunciou página "AzMina" Imagem: Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

20/09/2019 09h23Atualizada em 20/09/2019 15h46

Damares Alvares, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, disse em seu Twitter que denunciou o site "AzMina" por "apologia ao crime".

Tudo começou quando o site citado pela ministra fez uma longa reportagem com o título "Como é feito um aborto seguro", que mostrou as recomendações da Organização Mundial de Saúde para aborto seguro.

O veículo também colocou entrevistas de pessoas que abortaram e médicos tirando dúvidas sobre o assunto. Além disto, citou que "atualmente, o aborto no Brasil é crime, com três exceções" e explicou "quando o aborto é legalizado" no país. A matéria foi publicada na quarta-feira (18).

No final da noite de ontem, no entanto, a ministra reagiu. "Uma apologia ao crime e que pode colocar tantas meninas e mulheres em risco. Já demos encaminhamento à denúncia. Vamos acompanhar", disse ela na rede social. Damares citou duas pessoas que teriam alertado sobre a reportagem - uma delas, no Twitter, diz detestar "feministas histéricas".

O UOL entrou em contato com o site AzMina, que enviou a seguinte nota à redação:

A Revista AzMina publicou no dia 18 de setembro uma reportagem sobre aborto, em que organiza e divulga informações públicas sobre os protocolos para abortamento seguro da Organização Mundial da Saúde (OMS). São informações de acesso público e em português que constam no documento "Abortamento seguro: orientação técnica e de políticas para sistemas de saúde". Realizamos o trabalho jornalístico de transmitir informações sobre saúde pública, de uma fonte confiável que é a OMS.

Tomamos conhecimento por meio de uma publicação no Twitter da ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, de que vai reportar o conteúdo às autoridades. Está em seu direito, como qualquer cidadão, isso faz parte da democracia. Seguiremos fazendo jornalismo responsável e defendendo os direitos das mulheres.