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China termina hospital; equipe médica terá 1400 militares

02.fev.2020 - Operários trabalham na construção do hospital Huoshenshan, em Wuhan, na China - AFP/Xinhua
02.fev.2020 - Operários trabalham na construção do hospital Huoshenshan, em Wuhan, na China Imagem: AFP/Xinhua

Do UOL, em São Paulo

02/02/2020 10h49Atualizada em 03/02/2020 07h47

Após dez dias de obras, a agência estatal Xinhua informou que a construção de um dos dois hospitais provisórios em Wuhan, na China, que vão receber os pacientes que estão infectados pelo novo coronavírus, terminou hoje, dentro do prazo dado pelo governo. O hospital deve abrir as portas nesta segunda. Mais de 300 pessoas morreram no país devido ao vírus.

Imagens divulgadas pela agência estatal mostram o interior de salas equipadas e disponíveis no interior do hospital Huoshenshan. O governo chinês não deu detalhes de como os pacientes serão transportados dos demais hospitais da cidade — e até mesmo de províncias próximas — para o local e se o hospital irá abrir já com total disponibilidade ou com atendimento parcial.

O local começou a ser construído no dia 23 de janeiro. A área é estimada em 25 mil m² e o hospital acomoda mil leitos. Para erguer o prédio em dez dias, foram 24 horas de trabalho todos os dias, e os operários receberam cerca de US$ 173 por dia — três vezes o valor habitual.

Além desse hospital, um outro está sendo construído em Wuhan, o Leishenshan Hospital, ainda em obras (é possível acompanhar a construção ao vivo, em tempo real, no YouTube). Ele terá 1.600 leitos e a previsão é de que ele seja concluído na quarta-feira.

Ontem, o presidente chinês Xi Jinping ordenou o envio de mais militares para auxiliar os médicos no atendimento aos pacientes. Cerca de 450 militares com experiência de enfermagem e cirurgia já tinham sido escalados para atuar no hospital. Hoje, 1.400 militares das Forças Armadas desembarcaram na cidade e devem começar a trabalhar amanhã.

Oito aviões desembarcaram em Wuhan com militares e suprimentos médicos. A ação é considerada a maior operação de transporte não militar desde o terremoto de Yushu, que matou 600 pessoas e deixou 10 mil feridos na província de Qinghai, em 2010.

"Quando recebemos a ordem, não hesitamos. O país precisa de nós à medida que a epidemia piora. Como soldados, devemos estar na linha de frente", disse o solado Mao Qi, membro da equipe médica, à emissora chinesa CGTN.

hospital Huoshenshan - AFP/XINHUA - AFP/XINHUA
02.fev.2020 - Vista interna de um dos quartos do hospital Huoshenshan, em Wuhan, que vai receber pacientes infectados com o coronavírus
Imagem: AFP/XINHUA

"Esta missão é especial. Não estamos familiarizados com o ambiente. Estamos preparados, mas não sabemos quanto tempo isso vai durar. Ainda há algumas incertezas", disse a soldado Ma Ling.

Muitos militares convocados têm experiência em casos como a epidemia de Sars, em 2003, e com o surto do ebola, na África do Sul, em 2014.

A China já construiu um hospital em Pequim em tempo recorde - uma semana - durante a mortal epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003. Segundo a agência Xinhua, o novo hospital construído em Wuhan é projetado de acordo com o mesmo modelo, de módulos pré-fabricados.

A primeira morte fora da China provocada pelo novo coronavírus foi confirmada hoje nas Filipinas. O número de mortos na China chegou a 304 e 24 países registraram casos da doença. Estima-se que o novo coronavírus tenha contaminado mais de 14.000 pessoas em território chinês.