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Aéreas usam os desinfetantes mais potentes do mundo para matar coronavírus

Ação de prevenção ao coronavírus no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires (Argentina) - Governo da Argentina/Divulgação
Ação de prevenção ao coronavírus no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires (Argentina) Imagem: Governo da Argentina/Divulgação

Angus Whitley, Kyunghee Park e Eric Rosen

Da Bloomberg, em Sydney, Singapura e Nova York

27/02/2020 15h56

Companhias aéreas têm recorrido aos desinfetantes mais potentes do mundo para eliminar o novo coronavírus dos aviões.

Qantas Airways, Korean Air Lines e a Scoot, unidade da Singapore Airlines, estão entre as aéreas que ajudaram a retirar pessoas do epicentro do surto, a cidade chinesa de Wuhan, e de um cruzeiro na costa do Japão. As empresas intensificaram medidas de higienização de aeronaves como resultado e tentam garantir que os aviões usados nas missões de resgate sejam seguros para serem novamente usados em operações comerciais.

A limpeza padrão das aeronaves com aspiradores a bordo se transformou em esterilizações de nível hospitalar, com produtos capazes até de evitar doenças sexualmente transmissíveis e a superbactéria MRSA.

Como isso foi feito? Há riscos para passageiros que usam os aviões quando estes fazem novos voos? Veja abaixo algumas respostas.

Quais produtos de limpeza são usados?

A Qantas usa o Viraclean, um desinfetante fabricado pela Whiteley, com sede em Sydney. É um líquido cor de rosa com cheiro de limão que mata uma variedade de bactérias e vírus, como hepatite B e herpes simplex, de acordo com o fabricante. Superfícies com muito sangue ou suor devem ser limpadas com Viraclean não diluído. Recomenda-se luvas e proteção para os olhos, embora não seja classificada como substância perigosa, segundo a Whiteley.

A Korean Air optou pelo MD-125. É uma versão diluída do D-125, uma solução de limpeza fabricada pela Microgen e usada em setores como assistência médica e avicultura. A empresa diz que o MD-125 age contra 142 bactérias e vírus, como salmonela, gripe aviária, HIV e sarampo.

Como os aviões são limpos?

A Qantas usou o mesmo Boeing 747 em seus dois voos de Wuhan e outro de Tóquio de volta à Austrália. A limpeza durou 36 horas. Almofadas, cobertores, revistas e fones de ouvido foram jogados fora, disse a companhia aérea. A cabine foi pulverizada duas vezes com desinfetante, usado em todos os assentos, pisos, braços dos assentos, mesas, compartimentos de bagagem e paredes. Os filtros de ar do avião, semelhantes aos usados nas salas cirúrgicas, também foram substituídos. O 747 estava de volta à rota comercial Sydney-Santiago nesta semana, de acordo com dados da flightaware.com.

A Korean Air usou um Boeing 747 em dois voos de Wuhan e um A330 da Airbus para o terceiro. Além de borrifar e limpar a cabine, as equipes de limpeza substituíram as capas dos assentos e desinfetaram o compartimento de bagagem, segundo a companhia aérea. Os aviões só foram autorizados a retomar os voos com a aprovação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia.

E o futuro?

Pode ser possível desinfetar o interior de um avião sem nenhum produto químico. A ACT.Global, cujo sistema de limpeza foi usado em hotéis e em navios de cruzeiro, desenvolveu um filme em spray que permite que uma cabine de avião faça uma autolimpeza por 12 meses contínuos. Quando o revestimento transparente é exposto à luz, ocorre uma reação fotocatalítica que mata micróbios e purifica o ar, de acordo com a empresa dinamarquesa. O diretor técnico Christopher Lüscher disse que o produto, chamado Premium Purity, mostrou eficácia contra cepas de coronavírus.

—Com a colaboração de Sanjit Das.

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