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Coronavírus: Bolsonaro pede união e diz que momento não é para pânico

Do UOL, em São Paulo

06/03/2020 20h32

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento à Nação, agora à noite, em reação ao aumento no número de casos do novo coronavírus no Brasil.

Até agora, o Ministério da Saúde informou que 13 pessoas foram diagnosticadas: São Paulo (10), Rio de Janeiro (1), Espírito Santo (1) e Bahia (1). Já o número de casos suspeitos ainda em investigação pelas autoridades de saúde é de 768.

Na mensagem, Jair Bolsonaro pediu tranquilidade e união à população, para "superarmos juntos esta situação".

"O mundo enfrenta um grande desafio. Nos últimos meses surgiu um vírus novo, contra o qual não temos imunidade. Os casos se iniciaram na China, mas o vírus já está presente em todos os continentes. O Brasil reforçou o seu sistema de vigilância nos portos, aeroportos e unidades de saúde e foi o primeiro país da América do Sul a lidar com a enfermidade", iniciou Bolsonaro. (Assista ao pronunciamento, em vídeo e na íntegra, acima)

"Desde então, transmitimos informações diárias, transparentes a todos os estados e municípios, para que cada um organize, da melhor forma, o atendimento à população. O governo federal vem prestando orientações técnicas a todos os Estados, por intermédio do Ministério da Saúde. Os demais ministérios uniram esforços e, juntos aos demais poderes, seguirão garantindo o funcionamento das nossas instituições até o retorno à normalidade", prosseguiu.

"Determinei ações para o funcionamento dos postos de saúde, bem como o reforço dos nossos laboratórios e dos nossos hospitais. Convoco a população brasileira, em especial os profissionais de saúde, para que trabalhemos unidos e superaremos juntos esta situação. O momento é de união ainda que o problema possa se agravar, não há momento para pânico", acrescentou.

Bolsonaro recebeu hoje no Planalto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que atualizou o presidente sobre a situação do vírus no país.

"Estive com o presidente, e ele deve sim, em algum momento, fazer um pronunciamento, até para tranquilizar", disse Mandetta, durante entrevista coletiva no Ministério da Saúde.

O UOL apurou que as emissoras de rádio e TV foram avisadas da transmissão no fim da tarde de hoje. O pronunciamento teve duração aproximada de quatro minutos.

Mais cedo, ao chegar no Palácio da Alvorada, o presidente Bolsonaro disse que a melhor maneira de evitar é não entrar em pânico.

"Os casos começaram a aparecer no Brasil e estão se multiplicando. Lógico que pode aumentar bastante, tá? Mas a melhor maneira de você evitar é não entrar em pânico e seguir as orientações", afirmou.

Casos suspeitos

O número de casos suspeitos ainda em investigação pelas autoridades de saúde é de 768. Outros 480 casos já tiveram a suspeita descartada. Os estados com mais casos suspeitos são São Paulo (222), Minas Gerais (123), Rio Grande do Sul (112) e Rio de Janeiro (111).

Além dos 13 casos confirmados, há ainda um 14º caso em investigação no Distrito Federal. A paciente, uma mulher de 52 anos, teve um primeiro teste positivo para coronavírus realizado por um laboratório privado de Brasília.

O governo pretende editar várias medidas voltadas à assistência sobre o novo coronavírus. A ideia é divulgar as normas para abertura de unidades de saúde básica em horários estendidos, editar a portaria que disciplina a lei sobre isolamento domiciliar, além de estender o alcance de nova convocação de profissionais ao Mais Médicos.

"Já está pronto o edital e assinamos na segunda-feira", disse Mandetta sobre o certame para chamamento do programa Mais Médicos.

Coronavírus "contamina" economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou que o coronavírus pode reduzir o crescimento do país em 0,5 ponto percentual, na pior das hipóteses.

"É claro que o coronavírus vai ter impacto. Nós fizemos os primeiros cálculos e, se a economia fosse crescer 2,5%, a pior hipótese era cair 0,5% [0,5 ponto percentual] e crescer 2% e na melhor cair 0,1% [0,1 ponto percentual]", afirmou o ministro, em encontro com empresários na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).