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Prisão como a de Marcola terá isolamento caso haja suspeita de coronavírus

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

12/03/2020 11h40

Resumo da notícia

  • Depen diz que seguirá orientações do Ministério da Saúde em prisões federais
  • Suspensão de visitas e isolamento de internos ocorrerão caso haja suspeita de infectado
  • Depen orientou todas as unidades federativas para ações em prisões estaduais

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) criou nesta semana um procedimento operacional de prevenção à pandemia do coronavírus. Resumidamente, o órgão afirma que seguirá as orientações do Ministério da Saúde nos cinco presídios federais que existem no Brasil.

De acordo com o Depen, além de "medidas de higiene pessoal", caso haja a suspeita de que um preso esteja com a doença, haverá suspensão de visitas e isolamento de internos. Até a manhã de hoje, o Brasil tinha 78 casos confirmados, nenhum era de presidiário.

Toda a cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital), que inclui seu chefe Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, está no sistema federal.

Marcola e seu irmão, Alejandro Camacho, o Marcolinha, por exemplo, estão na unidade de Brasília. Além do presídio da capital federal, membros da cúpula também estão em Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).

"Resumidamente, os procedimentos seguem as orientações do Ministério da Saúde e devem ser seguidos por servidores, colaboradores e terceirizados que trabalham nas unidades prisionais federais", informou o Depen por meio de nota publicada hoje.

Prevenção em presídios estaduais

Para além dos presídios federais, representantes do Depen, com apoio da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) realizaram videoconferências, entre os dias 2 e 4 de março, com representantes de todos os estados brasileiros para repassar orientações de prevenções contra o coronavírus também nos presídios estaduais.

"Foi reforçado que as unidades prisionais devem seguir os protocolos publicados pelo Ministério da Saúde sobre o coronavírus. Para qualificar a divulgação de informações e orientações, o Depen institui grupo de trabalho visando auxiliar os gestores estaduais", informou o Depen.

Após as videoconferências, os representantes estaduais se comprometeram a organizar um cronograma de atividades, que acontecerão até julho deste ano em mais de 80 unidades prisionais estaduais, além das cinco penitenciárias federais.

Além da prevenção ao coronavírus, foi reforçado ao estados o tratamento a presos com tuberculose e HIV. "Espera-se alcançar aproximadamente 3.000 servidores nas unidades prisionais, de forma a sensibilizar sobre a importância do cuidado necessário para os agravos mais comuns no sistema prisional", afirmou o coordenador de saúde do Depen, Rodrigo Pereira Lopes.

Ainda de acordo com o Depen, as videoconferências contaram com a participação de mais de 240 gestores estaduais, sendo coordenadores de saúde da administração penitenciária e da rede pública de saúde e ainda aos apoiadores e mobilizadores sociais do projeto Prisões Livres de Tuberculose.

Ouça também o podcast Ficha Criminal, com as histórias dos criminosos que marcaram época no Brasil. Este e outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas de áudio.