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Medidas de isolamento impediram escalada de casos, diz Mandetta

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva no Planalto - UESLEI MARCELINO
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva no Planalto Imagem: UESLEI MARCELINO

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

31/03/2020 18h55

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que embora seja cedo para mensurar o impacto de medidas de isolamento adotadas nos estados na velocidade de transmissão do novo coronavírus, já é possível afirmar que as restrições adotadas evitaram uma explosão abrupta no número de casos.

"O que a gente pode afirmar é que não entrou na espiral absoluta, que é aquela curva ascendente que entrou em Nova Iorque, porque houve essa parada. Houve essa conscientização de todo mundo", disse Mandetta.

Segundo o ministro, como o tempo de incubação do vírus pode levar até 14 dias, tempo que os pacientes ficam sem sintomas, pode haver uma defasagem de até duas semanas entre a adoção de medidas de isolamento e seu impacto nas estatísticas de novos casos.

O ministro ressaltou que além de retardar a velocidade de transmissão do vírus, o isolamento social também tem o objetivo de evitar uma corrida ao sistema de saúde, que não teria a capacidade de atender uma elevação súbita no número de pacientes.

Uma situação de esgotamento do sistema de saúde, segundo Mandetta, poderia levar até mesmo a medidas mais rígidas de isolamento social.

"Se a gente volta para uma atividade agora, pode acontecer de daqui a duas ou três semanas começar uma ascendência [de casos], a gente não ter equipamentos de proteção individual e a gente ter que ir para um 'lockdown' [fechamento] total para tentar proteger os nossos trabalhadores", afirmou o ministro.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que estudos científicos indicam que São Paulo reduziu a propagação do vírus após uma semana de quarentena imposta pelo governo do estado.

Segundo Oliveira, os estudos indicam que ao invés de um paciente transmitir o vírus para outras seis pessoas, ele estaria agora contaminando apenas outras duas pessoas.

Além de São Paulo, diferentes governos estaduais adotaram medidas como suspensão das aulas e fechamento do comércio como forma de prevenção à propagação do vírus.