Após boom em enterros, Manaus abre covas coletivas para vítimas de covid-19
Após uma explosão no número de enterros desde o início da crise na saúde provocada pela pandemia de covid-19, causada pelo novo coronavírus, a Prefeitura de Manaus começou a utilizar covas coletivas para sepultar vítimas ou casos suspeitos da doença.
De acordo com a prefeitura, a medida entrou em vigor no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, o único que ainda tem espaço na cidade. O cemitério já havia recebido contêineres frigoríficos para estocar corpos a espera de enterro no local.
No vídeo abaixo, publicado nas redes sociais, é possível ver dez caixões lacrados sendo enterrados em uma cova coletiva no cemitério com a ajuda de uma retroescavadeira.
"A metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas", diz a nota da assessoria de imprensa da prefeitura. "A medida foi necessária para atender a demanda de sepultamentos na capital."
Nesta terça-feira (21), o UOL mostrou que os enterros triplicaram na cidade desde o começo da crise da pandemia de covid-19 por lá.
Entre os dias 12 e 19 de abril, 656 corpos foram sepultados nos cemitérios administrados pela Prefeitura de Manaus, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana obtido com exclusividade pela reportagem. Uma média de 82 cerimônias fúnebres por dia, frente aos 28 sepultamentos diários registrados em média em 2019.
Não é possível ligar diretamente esse aumento de enterros apenas à covid-19. Mas não há outro elemento que justifique esse crescimento tão expressivo e abrupto no movimento dos cemitérios públicos manauaras. As autoridades admitem que cadáveres são levados às covas sem passar por testes para verificar o contágio.
De acordo com a prefeitura da capital do Amazonas, o acesso ao cemitério só será permitido para até 5 familiares e amigos de quem estiver sendo enterrado.
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