São Paulo sobe o tom após isolamento cair para 47%: 'É inaceitável'

O isolamento social em São Paulo voltou a ficar abaixo dos 50%, índice que o governo considera como mínimo aceitável. Ontem, o Sistema de Monitoramento Inteligente apontou que apenas 47% da população adotou a medida contra a disseminação do novo coronavírus. A taxa quase igualou a pior já registrada, que foi de 46%, no dia 30 de abril.

O infectologista e chefe do Comitê de Contingência paulista, David Uip, disse que o estado por enfrentar "enormes dificuldades" caso as pessoas não fiquem em casa.

"Não é possível trabalhar com esse número. Precisamos melhorar isso todos os dias. Teremos enormes dificuldades em um mês se esse número não for superior a 50%. Me refiro a leitos de UTI. Claro que o isolamento é muito chato, mas a população tem que saber que é a única forma de darmos conta", disse Uip.

Relacionadas

Falta de insumo faz laboratório da USP receber baixa quantidade de amostras

Casos de covid-19 no país podem ter passado de 1,6 milhão, diz estudo

Secretário diz que há 'sinal de alerta' para interior de SP por covid-19

O governador João Doria (PSDB) tem repetido que não deve flexibilizar a quarentena caso o índice não fique acima de 50%. Ontem, em entrevista coletiva, o político tucano afirmou que não pensa na possibilidade de adotar o "lockdown" no estado, mas não descarta estudar a medida caso a pandemia avance.

"Neste momento, não está no protocolo. Mas, volto a dizer, quem determina é o Comitê de Saúde", disse em entrevista coletiva no no Palácio dos Bandeirantes. "É uma alternativa que poderá ser considerada se houver circunstâncias que assim exijam. Tudo o que for para salvar vidas e proteger pessoas, não hesitaremos em adotar em São Paulo. Mas só faremos isso amparados pelo Comitê de Saúde. Neste exato momento, lockdown não está sendo analisado, mas, volto a dizer, neste momento. Dado que estamos numa evolução acelerada desta pandemia, isso poderá ser reanalisado nos próximos dias", afirmou.