Bolsonaro volta a defender cloroquina: "Quem reclama, que dê alternativa"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender, em conversa com apoiadores, o uso da cloroquina no combate às infecções pelo novo coronavírus. Para o chefe do Executivo, quem critica o medicamento precisa apresentar alternativas.
A cloroquina não tem eficácia comprovada, mas foi usada no tratamento da covid-19 no início da pandemia no Brasil e em outros lugares do mundo em casos específicos, sob supervisão médica. O Governo Federal mudou recentemente o protocolo sugerindo o uso também em casos leves, o que é refutado por grande parte dos especialistas. Países como a França suspenderam a aplicação diante de resultados de novos estudos, e a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomenda seu uso.
"O pessoal que reclama da cloroquina, então dê alternativa. Que diga 'sou contra isso', mas aponte qual é a outra .. Sabemos que pode ser que não seja tudo isso que alguns pensam, mas é o que aparece no momento. Pode, mas tem muito relato de pessoas, muito médico favorável. A briga farmacêutica é muito grande", disse, em transmissão gravada por apoiadores.
Nesta semana, o Brasil anunciou que recebeu dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina dos Estados Unidos. O uso do medicamento foi o principal ponto de divergência com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou o cargo no dia 15 de maio. A pasta está interinamente sob comando do general Eduardo Pazuello.
O Ministério da Saúde divulgou em maio um protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes em todos os casos, inclusive os com sintomas leves, para tratar a covid-19. O protocolo, que sugere a combinação dos dois medicamentos com azitromicina, é uma orientação para a rede pública de saúde.
Pesquisas não comprovam a eficiência da droga. Um estudo publicado na semana passada na revista médica The Lancet afirma que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina sozinhos ou combinados com macrolídeos (grupo de antibióticos dentre os quais se destaca a azitromicina) não tem benefícios comprovados no tratamento de pacientes com covid-19.
A pesquisa com 96 mil pacientes diz ainda que o uso desses medicamentos pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.
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