Mandetta, sobre o coronavírus: 'Deveríamos tentar falar uma língua só'
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, criticou hoje a condução do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Em participação no UOL Entrevista, conduzido pelo colunista do UOL Tales Faria, Mandetta cobrou "uma língua só" das autoridades sanitárias contra a covid-19.
"O vírus é nosso inimigo comum. Deveríamos estar organizados. A gente tentava falar uma língua só. Isso fragmentou a ponto de ter a semana da maquiagem, sem mostrar aos números. É lastimável", disse Mandetta, exonerado do ministério em abril, esperando uma reação brasileira nas pesquisas contra a pandemia.
"O século XXI começa agora. É um ponto de divisão. O século XXI começa a partir do coronavírus. É ele que estará tratado nos livros de história. Quem será que está mais atingido? Não existe mais ou menos. É toda a humanidade, toda a globalização. Globalizamos tudo, até as doenças. Vamos colocar todas as fichas na China? O Brasil tem que ver como uma oportunidade. As bancadas dos cientistas nunca foram tão valorizadas."
"O movimento antivacina acabou. A coletividade vai preponderar. Vem um mundo completamente diferente, e o Brasil precisa amadurecer a discussão com pensadores, atores políticos. É muito profundo o que vem por aí. Vamos passar o século XXI sempre reportando para o drama e a intensidade de viver esse momento", acrescentou.
No programa de hoje, Mandetta afirmou ter rezado "pedindo inspiração, pedindo luz" para o combate ao novo coronavírus. Para o ex-ministro, a pandemia terá reflexo em "várias áreas", não apenas na saúde.
"Ela é muito letal para o sistema de saúde, economia, cultura, educação. Tem várias áreas. Estamos falando de uma síndrome que é uma coleção de problemas que veio com ela. Vamos ter inúmeros casos de câncer pós-coronavírus que não foram diagnosticados. Se não tiver alguém que dimensione o tamanho da confusão, vamos demorar muito tempo para sair", disse Mandetta.
"Vamos ter vários casos de doenças não diagnosticadas. O câncer é uma delas, com diagnóstico precoce, com o custo. Quantas biópsias deixaram de ser feitas?", questionou, reforçando o alerta para que a sociedade continue acompanhando outras doenças mesmo durante a pandemia.
"Os outros países podem não querer abrir as fronteiras para o Brasil. A educação, quanto mais tempo fora da sala de aula, mais dificuldade para compor", completou.
Participaram desta produção Arthur Sandes, Emanuel Colombari, Gustavo Setti, Mariana Gonzalez e Diego Henrique de Carvalho
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