Doria elogia Pazuello, mas cutuca Bolsonaro: 'SP não tem gestão ideológica'

O governador João Doria (PSDB) fez elogios ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e afirmou que o general que ocupa atualmente a pasta do governo federal tem sido "correto" com o estado de São Paulo.

"Eu preciso ser justo: Eduardo Pazuello foi corretíssimo desde seu primeiro dia à frente do Ministério da Saúde. Eu não posso acusá-lo, nem desmerecê-lo. Ele cumpriu todos os compromissos estabelecidos com São Paulo, dentro dos prazos, e foi correto e prestativo. Portanto, nenhuma queixa a fazer", afirmou Doria à GloboNews, na noite de hoje.

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"Não cabe a mim avaliar se ele deve ou não prosseguir, essa é uma responsabilidade daquele que comanda o governo federal. A mim, cabe agradecer a Eduardo Pazuello. Com São Paulo, ele foi correto", acrescentou o governador do estado brasileiro mais afetado pelo novo coronavírus.

Críticas a Bolsonaro

Embora tenha feito elogios a Pazuello, Doria disse que sua gestão é "profissional", não "ideológica". Desta forma, não perdeu a oportunidade de cutucar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que na reunião ministerial de 22 de abril tratou o governador de São Paulo como um "bosta".

"Não cabe a mim fazer juízo sobre Pazuello, eu faço juízo sobre os secretários que estão no estado de São Paulo. Aqui, nós temos comando, temos uma boa relação e temos profissionais. Inclusive na área da saúde. Aqui, a gestão é profissional; não é política, nem ideológica", comentou Doria.

O fato de que Jair Bolsonaro diz ter contraído a covid-19 —o que o levou a se afastar dos holofotes nas últimas duas semanas— também foi assunto durante a entrevista.

"Vejam só nessas duas semanas a calma do país!", ironizou Doria. "Ele [Bolsonaro] só governa com os que gostam dele, com os que o idolatram e trabalham dentro da sua atmosfera ideológica".

"Como o país consegue refletir, avaliar, discutir seus projetos no Congresso Nacional, sem viver momentos tensos e manchetes ruins para o Brasil. Calma, diálogo e entendimento são as coisas que o Brasil mais precisa. Quem sabe esses dias de reflexão do presidente Jair Bolsonaro possam trazê-lo de volta em uma condição melhor. Ele terá o apoio dos governadores se estender a mão aos diálogos. Todos nós aceitaremos."