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Taxa de recusa familiar em doação de órgãos cai nos primeiros meses de 2020

Segundo balanço do Ministério da Saúde, taxa caiu de 39,9% entre janeiro e julho de 2019 para 37,2% no mesmo período de 2020 - Reprodução/Facebook/Unimed Catanduva
Segundo balanço do Ministério da Saúde, taxa caiu de 39,9% entre janeiro e julho de 2019 para 37,2% no mesmo período de 2020 Imagem: Reprodução/Facebook/Unimed Catanduva

Do UOL, em São Paulo

24/09/2020 16h06

A taxa de negativa familiar para doação de órgãos caiu 2,7 pontos percentuais entre janeiro e julho de 2020 quando comparada ao mesmo período de 2019, segundo o Ministério da Saúde.

Segundo balanço feito pela pasta, a taxa de negativa familiar para doação de órgãos caiu de 39,9% nos primeiros sete meses de 2019 para 37,2% no mesmo período de 2020.

O dado foi apresentado hoje no evento de lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, do Ministério da Saúde, em Brasília. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, estavam presentes no local.

Segundo o Ministério da Saúde, 9.951 transplantes de órgãos foram realizados entre janeiro e julho de 2020. O número representa uma queda de 37% quando comparado ao registrado no mesmo período de 2019 (15.827 transplantes).

Luiz Otávio Duarte, secretário de Atenção Especializada à Saúde, disse que os transplantes diminuíram devido à crise sanitária gerada pela pandemia do novo coronavírus, mas que, mesmo assim, o SUS (Sistema Único de Saúde) continuou realizando os procedimentos.

"Ainda temos muitos desafios. O desafio pós-covid é retomar as doações, dar acesso aos pacientes à lista de transplantes", afirmou.

A mãe do ex-apresentador Gugu Liberato, Maria do Céu, foi homenageada na cerimônia, tendo recebido o prêmio anual "Destaque na Promoção da Doação de Órgãos e Tecidos no Brasil" por ter doado os órgãos do filho, que morreu em novembro de 2019.

"Ele doou os órgãos lá em Orlando (EUA) para 50 pessoas, e isso foi muito bonito. Apesar da dor que a gente sente no coração, a gente ainda se anima um pouco, porque foi uma coisa muito boa", afirmou.

Campanha começa amanhã

A campanha de incentivo à doação, intitulada "A Vida Precisa Continuar", será veiculada nacionalmente entre amanhã e 23 de outubro em cadeia de rádio e televisão e na internet.

Serão realizadas desde colagens de folders e cartazes até ações com influenciadores, e-mail marketing e mensagens para WhatsApp.

Em sua fala, Gross elogiou o SUS pelo trabalho realizado no tocante à doação de órgãos, dizendo que "um programa dessa natureza só é possível por quem tem um povo que é solidário".

"Uma das coisas mais solidárias que tem na vida é a doação de órgãos. Não é como entregar as coisas que temos de mais: é entregar aquilo que é muito valioso para nós, inclusive para aqueles que não conhecemos", afirmou.

Pazuello também enalteceu o SUS em sua fala, dizendo ser "uma grande responsabilidade" trabalhar para "manter e melhorar" o sistema de transplantes do serviço, o qual ele chamou de "referência mundial".

Ao encerrar sua fala no evento, o ministro da Saúde agradeceu as famílias que optam por doar os órgãos saudáveis de seus entes mortos.

"Como não há pagamento, e a família não paga e não recebe nada por isso, é apenas um ato de amor, de compreensão, de que a vida tem que continuar", pontuou.