Com volta dos números de SP e RJ, Brasil soma 564 mortes em 24 h por covid
Com 564 óbitos por covid-19 registrados nas últimas 24 horas, o Brasil teve mais um dia de queda na média móvel de mortes nesta quarta-feira (11): -27% na comparação com 14 dias atrás. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro voltaram a divulgar os números de mortos, enquanto Minas Gerais continua sem comunicar os dados.
Desde a semana passada, o país vem tendo problemas com a divulgação de dados da covid-19 por causa de erros na plataforma e-SUS. Os relatos começaram depois que o sistema do Ministério da Saúde foi supostamente invadido.
No total, o país já contabiliza 163.406 óbitos desde o início da pandemia. O levantamento foi feito pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.
Em todo o país, houve 47.724 novos casos para a doença de ontem para hoje. O total de testes positivos para a doença chegou a 5.749.007 desde o começo da pandemia. Foram 319 mortes em média nos últimos sete dias.
Dados da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil teve 544 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. O órgão, porém, fez uma ressalva: "os casos e óbitos da publicação de hoje podem não refletir o acumulado de eventos pendentes desde a paralisação dos sistemas de informações oficiais no dia 5."
Desde o início da pandemia, o total de óbitos provocados pela doença chegou a 163.373. De ontem para hoje, segundo a pasta, houve 48.331 novos casos de covid-19 em todo o país, elevando o número total de infectados para 5.748.375 desde o começo da pandemia.
Oito estados em aceleração
Com o retorno da maioria dos dados, o consórcio de imprensa registrou alta na média de mortes em oito estados. Sem contar Minas Gerais, 13 estados apresentaram queda e outros quatro, mais o Distrito Federal, mantiveram estabilidade.
O país teve 319 mortes por dia, em média, na última semana.
Das regiões, o Sul apresentou aceleração (31%), enquanto Centro-Oeste (-44%) e Sudeste (-45%) tiveram queda. Nordeste (-15%) e Norte (-15%) mantiveram estabilidade.
Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.
O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (15%)
- Minas Gerais: queda (-54%, até sábado, dia 7) *O estado não divulgou dados de mortos até as 20h de hoje
- Rio de Janeiro: queda (-52%)
- São Paulo: queda (-44%)
Região Norte
- Acre: em aceleração (29%)
- Amazonas: queda (-44%)
- Amapá: alta (138%)
- Pará: estável (-3%)
- Rondônia: em aceleração (16%)
- Roraima: em aceleração (700%)
- Tocantins: queda (-35%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-18%)
- Bahia: estável (-10%)
- Ceará: queda (-64%)
- Maranhão: em queda (-17%)
- Paraíba: estável (-11%)
- Pernambuco: em aceleração (47%)
- Piauí: queda (-25%)
- Rio Grande do Norte: em aceleração (53%)
- Sergipe: queda (-50%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: estável (-1%)
- Goiás: queda (-63%)
- Mato Grosso: queda (-20%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-60%)
Região Sul
- Paraná: em aceleração (131%)
- Rio Grande do Sul: queda (-38%)
- Santa Catarina: em aceleração (59%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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