CoronaVac: SP começa a produzir nesta semana e prevê vacinação no 1º bi
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje que a CoronaVac, vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, começará a ser produzida no fim de semana. Um lote com insumos para produção do imunizante chegou a São Paulo hoje.
Em entrevista à TV Globo, Gorinchteyn explicou que os 600 litros de insumo que chegaram hoje vão garantir a produção de mais de um milhão de doses do imunizante. Segundo ele, nos próximo dias os insumos passarão por uma avaliação técnica de qualidade.
"As vacinas já começam a ser produzidas no final de semana. Então, no início da semana, essas doses já estarão prontas, serão formuladas, envasadas e, aí sim, de forma adequada, estocadas esperando a liberação dos órgãos regulatórios", explicou.
Gorinchteyn disse que a vacina é segura e comprovará sua eficácia. No mês passado, o governo paulista anunciou que os estudos de fase 3 do imunizante, que podem atestar sua eficácia, chegaram ao número mínimo de infectados pelo coronavírus. Com essa marca, é possível abrir os resultados dos estudos para análise da aprovação do registro pela Anvisa.
Segundo ele, a expectativa é de que ainda no primeiro bimestre do ano que vem a vacinação seja iniciada. A aplicação do imunizante na população depende da autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Ele afirmou nesta terça-feira (1º) que os resultados do imunizante estão sendo analisados e devem ser compartilhados com o governo "possivelmente na semana que vem".
A respeito de datas, o secretário disse que o Butantan já está redigindo a solicitação emergencial. "Nós imaginamos e desejamos que ainda no primeiro bimestre do próximo ano nós já estejamos iniciando a vacinação da população."
Vacinação em janeiro
O diretor do Butantan, Dimas Covas, foi ainda mais otimista e afirmou que se a CoronaVac for aprovada em janeiro, o estado deve começar a vacinação no mesmo mês, ainda que o plano do Ministério da Saúde seja iniciar o programa de vacinação de parte dos brasileiros apenas em março.
"Se a vacina estiver pronta para uso, nós temos que começar a vacinação. Simplesmente porque a vacina pode salvar um milhão de pessoas. Não faz sentido atrasar a distribuição de uma vacina já registrada na Anvisa", argumentou ele, em entrevista à Globonews.
Covas disse ainda que, com ou sem financiamento do Ministério da Saúde, as 46 milhões de doses serão usadas no próximo ano. Na terça-feira, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, afirmou que a pasta não descarta nenhuma vacina que esteja em fase 3 de testes no Brasil, como é o caso da CoronaVac, que é motivo de disputa entre o governo federal e o estado de São Paulo.
"Será a primeira vacina disponível no Brasil. Com o financiamento do ministério ou sem o financiamento do ministério. essas 46 milhões de doses serão utilizadas muito rapidamente no início do próximo ano. Nós já temos acordo com diversos estados e confederações de municípios, então será feito. Espero que com apoio do ministério", disse.
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