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Doria diz que SP oferecerá 4 milhões de doses da CoronaVac a outros estados

Allan Brito, Lucas Borges Teixeira e Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo

07/12/2020 14h16Atualizada em 07/12/2020 19h43

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje durante o anúncio do PEI (Plano Estadual de Vacinação) contra a covid-19 que pretende oferecer 4 milhões de doses da vacina para outros estados. O governo paulista assinou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. A vacina, porém, ainda precisa ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) antes de ser distribuída e aplicada.

"O objetivo é que esses estados possam iniciar a imunização dos seus profissionais de saúde, público prioritário no combate à covid-19, reconhecendo o sacrifício de quem arrisca a vida para salvar vidas", afirmou Doria.

Como o programa de vacinação prevê a aplicação de duas doses, separadas por 21 dias, São Paulo deve fornecer imunização a pelo menos 2 milhões de pessoas de outros estados brasileiros. O governador não indicou quais estados estariam interessados em contar com a CoronaVac. "Peço licença para não divulgar, porque me pediram", justificou. Pelas informações do governo paulista, ainda não foi fechado nenhum acordo.

Doria disse que vai disponibilizar "a estados que solicitarem". "Temos oito estados que solicitaram a CoronaVac ao Instituto Butantan. Alguns vieram aqui pessoalmente", disse

Ele mencionou dois prefeitos interessados na aquisição da CoronaVac: Rafael Greca (DEM), reeleito em Curitiba, e Eduardo Paes (DEM), que vai assumir o posto no Rio de Janeiro. "Para citar dois, entre muitos, o prefeito de Curitiba, que solicitou e anunciou que fará a aquisição da vacina, e o novo prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, que me telefonou hoje dizendo que o Rio não vai ficar aguardando o programa [nacional] para março."

Até agora, o governo paulista já recebeu 120 mil doses prontas da China e mais uma quantidade de insumos suficiente para envasar 1 milhão de doses na fábrica do Butantan, em São Paulo. A expectativa é contar com todas as 46 milhões de doses ainda neste ano.

O candidato a imunizante atingiu o número mínimo de infectados pelo novo coronavírus em seu estudo de fase 3 no Brasil há duas semanas, o que permite iniciar a análise dos dados que visam comprovar a sua eficácia.

O Butantan espera enviar esses dados à Anvisa até a próxima semana, para que a agência federal inicie a avaliação e possa conceder uma autorização emergencial até meados de janeiro.

O diretor da agência regulatória, Antônio Barra Torres, no entanto, prevê um prazo maior. "Antes de verificarmos estes protocolos de registro, precisamos acessar os documentos dos estudos clínicos referentes à fase 3 dos testes. No entanto, estes estudos ainda não se encerraram. Para efetuarmos o registro de vacina contra o coronavírus, demandamos no mínimo 60 dias para analisarmos os documentos", disse Barra Torres, horas depois do anúncio do governo paulista, durante entrevista à rádio Jovem Pan.

Oficialmente, a Anvisa divulgou nota afirmando que faltam etapas para liberar a CoronaVac.

Vacinação inicia em 25 de janeiro, diz Doria

Caso consiga a aprovação da Anvisa, o programa paulista de vacinação contra a covid-19 prevê que a campanha se inicie em 25 de janeiro, data do aniversário da capital do estado. O primeiro grupo a receber uma dose da vacina será o de profissionais da saúde, quilombolas e indígenas. Depois, virão mais quatro faixas etárias de idosos, começando por aqueles com 75 anos ou mais.

No total, a primeira fase da vacinação deve durar pouco mais de dois meses em São Paulo, sendo concluída em 28 de março, e espera aplicar um total de 18 milhões de doses.