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Centro de Contingência não descarta reabrir hospitais de campanha em SP

João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/12/2020 12h43

Coordenador-executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, João Gabbardo afirmou hoje que o órgão não descarta a necessidade de reativar hospitais de campanha caso os índices da pandemia não melhorem no estado nas próximas semanas.

"Dependendo da tendência e do que ocorrer nas próximas semanas, é possível sim que nós tenhamos que reativar hospitais de campanha", disse Gabbardo à TV Globo.

O coordenador declarou, no entanto, que a "prioridade" é que um eventual investimento de recursos seja feito para hospitais e instalações definitivas, e não temporárias. "Agora, se isso for insuficiente, vamos ter que partir para a ideia dos hospitais de campanha", reforçou.

Prefeitura descarta reabertura

A cidade São Paulo chegou a ter três estruturas emergenciais para enfrentar o primeiro pico da pandemia: a Prefeitura montou hospitais nos estádios do Pacaembu e no Anhembi, e o governo do estado construiu uma estrutura no Parque Ibirapuera.

Também à TV Gobo, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, descartou a necessidade de reativar os hospitais de campanha.

"Os hospitais de campanha cumpriram um importante papel, salvaram mais de 10 mil vidas, mas em um momento em que nós não tínhamos estruturas definitivas como temos agora. O município de São Paulo não vai reabrir hospitais de campanha", disse Aparecido, argumentando que a taxa média de ocupação nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) em unidades municipais está hoje em 60%.

No interior, cidades já constroem ou reativam hospitais

Em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, houve aumento de 36% nos casos de coronavírus nos últimos 30 dias, e a prefeitura decidiu montar um hospital de campanha para atender pacientes com traumas leves e outras doenças. Assim, a estrutura hospitalar convencional fica liberada para o atendimento de pacientes com a covid-19.

Em Osasco, o prefeito Rogério Lins (Podemos) anunciou a reabertura de parte do hospital de campanha da cidade há cerca de duas semanas.

Pandemia no país e no estado de São Paulo

Em diversos estados do país, o número de mortes e casos de covid-19 tem aumentado nas últimas semanas. Na última quinta-feira (10), José Medina, que também integra o Centro de Contingência, afirmou que, no estado de São Paulo, o risco de contágio agora é maior do que no primeiro pico da doença.

"Se observamos a curva de casos, para chegar de 20 a 40 mil no primeiro pico, isso demorou quase três meses. Nesse segundo pico, entre novembro e dezembro, demorou um mês", explicou.

"Cada um de nós tem observado um número crescente de pessoas com covid-19 ao redor. A chance de contágio [agora] é muito maior do que quando teve o primeiro pico."

Em uma tentativa de controlar a disseminação do vírus, o governo do estado anunciou ontem restrições para o funcionamento de bares, restaurantes e lojas de conveniência.