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Autoridade de saúde pede que americanos parem com ceticismo sobre vacinas

Diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Francis Collins - Reuters
Diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, Francis Collins Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/12/2020 13h54

O médico Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), agência de pesquisa médica dos Estados Unidos, pediu hoje que os americanos deixem de lado as teorias da conspiração e o ceticismo sobre as vacinas contra o novo coronavírus.

Collins destacou a natureza independente do processo de aprovação e as fortes medidas de segurança que devem dar confiança ao público.

A FDA (Food and Drug Administration), agência de regulação de medicamentos dos EUA, aprovou na sexta-feira (11) a liberação do uso emergencial da vacina contra a covid-19 produzida pelas companhias farmacêuticas Pfizer e BioNTech. Hoje, caminhões carregando os primeiros lotes do imunizante deixaram a fábrica da empresa em Michigan rumo a centros de distribuição nos estados.

Em uma entrevista à NBC News, Collins disse que a desconfiança da população em relação à imunização continua a ser uma fonte de grande preocupação para as autoridades de saúde pública, insistindo que qualquer pessoa que queira "olhar para os fatos" em torno do desenvolvimento da vacina, testes e registro de segurança deve "ficar muito tranquilo".

"Eu gostaria de implorar às pessoas que estão ouvindo esta manhã para realmente apertar o botão de reset em tudo o que pensam que sabem sobre esta vacina que pode torná-los tão céticos. Os dados estão disponíveis agora", disse ele.

Acho que todas as pessoas razoáveis - se tivessem a chance de deixar o barulho de lado e desconsiderar todas aquelas terríveis teorias da conspiração - olhariam para isso e diriam: 'Eu quero isso para minha família, eu quero para mim'. Pessoas estão morrendo

Os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia da covid-19. Segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, já foram registrados mais de 16 milhões de casos e 297.864 mortes.

Em novembro, a Pfizer anunciou que o imunizante é seguro e tem 95% de eficácia. "Poucas vacinas foram submetidas a esse nível de escrutínio, se é que alguma vez. Se você quiser examinar os fatos, acho que deve ficar muito tranquilo ", disse Collins aos americanos.

"Ponha de lado todo o ruído e, sim, todo o ceticismo que nasce da interferência potencial de uma fonte ou outra. Isso não determinou o resultado. Isso foi baseado na tomada de decisão científica."

Nos últimos, os Estados Unidos registraram mais de 200 mil novas infecções por dia e milhares de pessoas estão hospitalizadas por causa da doença. É nesse cenário de piora que Collins disse que a vacinação generalizada será importante.

"Vai depender bastante do público americano, se as pessoas estão dispostas a participar desse plano de imunização. Os especialistas diriam que precisamos de 70-80% dos americanos ficarem imunes antes que esse vírus basicamente desapareça. E achamos que podemos chegar lá por volta de junho para quase todos os 330 milhões de americanos interessados em receber esta vacina. Mas se apenas metade deles fizer isso, pode continuar indefinidamente", explicou.