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Amazonas recebe 70 mil metros cúbicos de oxigênio vindos de Belém

O governador do Amazonas, Wilson Lima, recebe carga de oxigênio para abastecer hospitais - Diego Peres/Secom
O governador do Amazonas, Wilson Lima, recebe carga de oxigênio para abastecer hospitais Imagem: Diego Peres/Secom

Do UOL, em São Paulo

16/01/2021 10h48

O estado do Amazonas recebeu na madrugada de hoje uma carga de 70 mil metros cúbicos de oxigênio vinda de balsas da cidade de Belém (PA). Segundo o governo, a nova remessa " vai garantir a retomada do equilíbrio do abastecimento da rede de saúde do estado para os próximos dias".

O aumento de internações por covid-19 em Manaus provocou um novo colapso no sistema de saúde da capital amazonense, com pacientes morrendo por falta de oxigênio nos hospitais. Ontem, Manaus voltou a registrar um pico inédito de sepultamentos nos cemitérios da cidade: 213.

Ainda hoje, o avião que iria à Índia buscar doses da vacina da AstraZeneca/Oxford vai levar uma carga de oxigênio a Manaus. O voo deve partir por volta das 14h de Campinas (SP).

De acordo com o governo do Amazonas, o oxigênio que chegou hoje de Belém foi comprado da fornecedora White Martins e já começou a ser distribuído nas unidades de saúde.

Ministério teve uma semana para agir

O Ministério da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve uma semana para agir e evitar o colapso no fornecimento de oxigênio em Manaus, mas tomou medidas de pouco alcance frente ao tamanho da crise. A pasta foi comunicada sobre a situação em 7 de janeiro, no mesmo dia que a Secretaria de Saúde do Amazonas. Uma semana depois, em 14 de janeiro, o oxigênio começou a faltar.

Hoje, o déficit de Manaus chega a 46,5 mil metros cúbicos de oxigênio por dia —ou 4.650 cilindros. Para lidar com essa escassez, o governo federal enviou "nesta semana 5 mil metros cúbicos de oxigênio [transportados na forma de gás] líquido para auxiliar no combate à covid-19 na região", informou o Ministério da Saúde. Pode soar muito, mas isso equivale a somente 11% do oxigênio extra que Manaus precisa em um único dia.

Bolsonaro procurou isentar o governo federal em discurso ontem: "A gente está sempre fazendo o que tem que fazer, né? Problema em Manaus: terrível o problema lá, agora nós fizemos a nossa parte, com recursos, meios".

* Com reportagem de Amanda Rossi, do UOL, em São Paulo