Prefeita de Bauru rebate Doria após crítica: 'não sou vassala de Bolsonaro'
A prefeita de Bauru (SP), Suéllen Rosim (Patriota), rebateu criticas do governador João Doria (PSDB), que declarou que ela era negacionista e estava fazendo "vassalagem para o presidente Jair Bolsonaro, visitando-o no Palácio do Planalto ao em vez de proteger a população de Bauru e defender a vida e a saúde de seus habitantes".
"Eu não sou vassala. Eu vou aonde for necessário para ter verbas para meu município. Estive em São Paulo como estive em Brasília e fui recebida pelo presidente da República. Se precisar ir para a Lua atrás de verbas, eu vou. Eu estou batalhando pelo meu município e acho isso extremamente justo. Agora dizer que eu sou irresponsável, vassala, negacionista. Isso eu jamais vou aceitar. Assim como eu te respeito, peço que o senhor também me respeite", explicou Suéllen em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo o dicionário Houaiss, vassalo significa: "no sistema feudal, indivíduo que, mediante juramento de fé e fidelidade a um suserano, dele se tornava dependente, rendendo-lhe preito e tributo; aquele que é súdito de um soberano; que paga tributo a alguém; tributário; que se subordina a; dependente, submisso".
Suéllen esteve entre 26 e 27 de janeiro em Brasília, onde se reuniu com membros do governo federal. Na ocasião, afirmou que "na conversa com o presidente Jair Bolsonaro, falamos sobre a necessidade de investimentos na saúde de Bauru, pois o nosso município é um polo regional. Também mantivemos a disposição em manter um contato permanente com os ministérios."
No vídeo, a chefe do executivo bauruense ainda esclarece que nunca negou a covid-19 e o momento vivido e apenas achou que era justo debater com o comércio local e fez cobranças a gestão Doria pelas constantes mudanças no Plano São Paulo de retomada econômica que determina o fechamento e abertura de serviços não essenciais constantemente.
"O que nós precisamos governador não é abre e fecha, nós precisamos que nosso sistema de saúde melhore. Bauru tem esse problema há muito tempo. O Estado é cobrado por mais vagas internação, de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e abertura definitiva do HC [Hospital das Clínicas]. Mas isso nunca aconteceu, são promessas que não foram cumpridas", fundamenta.
Procurado pelo UOL, o Governo de Estado de São Paulo, por meio do secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, criticou Suéllen afirmando que ela "parece ter dificuldades em compreender a dimensão e o avanço da pandemia. Ao contrário: age, opina e discute sobre o tema ignorando as várias vertentes que fazem do Coronavírus um sério problema de saúde pública em todo o planeta, a exemplo do que faz, não de hoje, e de maneira irresponsável, o presidente Jair Bolsonaro."
Ainda exemplifica que a prefeita "não age apenas como uma militante bolsonarista. Age como fã; e fã faz tudo pelo ídolo, inclusive ser pouco racional. Num momento em que Bauru tem recorde de casos de Coronavírus e 90% dos seus leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados, a prefeita passa por cima da Ciência e da Medicina, lançando mão de negacionismo", declara.
"Em seus discursos quanto à pandemia, a prefeita fala em respeito, mas onde está o seu respeito, na qualidade de gestora e de cidadã, com as pessoas que estão testemunhado a morte de familiares, de amigos e de conhecidos todos os dias em Bauru?!", continua.
E conclui defendendo que a preocupação do Governo de São Paulo "é proteger os cidadãos e tomar decisões que defendam a Saúde dos municípios paulistas. Vidas, afinal, estão em jogo." E pede que "não é hora para panfletagem ou de politicagem. Bauru não pode virar Manaus."
Primeira mulher eleita prefeita de Bauru
Eleita a primeira mulher prefeita de Bauru, Suéllen Rosim se denomina conservadora, e em entrevista a Universa, defende que é possível aliar sua visão política ao feminismo.
"Tenho prazer em ser mulher, defendo nossas causas, mas carrego princípios, e eles são administráveis. Acredito no potencial da mulher e do homem. Cada um tem um jeito de enxergar e pode se ajudar. O fato de estar num partido conservador tem a ver com meus princípios, mas não me enxergo governando só para a metade", ratifica.
Ao assumir o cargo, a prefeita recebeu uma série de ofensas racistas pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. "Falaram que não queriam uma pessoa como eu governando a minha cidade. Fiz um boletim de ocorrência, para que haja punição. Quero que tenhamos o mesmo espaço, e vou lutar por isso. Acham que é mimimi, mas não é", elucidou à época.
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