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Governo federal decide comprar doses das vacinas da Pfizer e da Janssen

Doses do imunizante serão entregues pela farmacêutica ao longo do ano de 2021 - Divulgação
Doses do imunizante serão entregues pela farmacêutica ao longo do ano de 2021 Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo*

03/03/2021 16h52Atualizada em 03/03/2021 19h18

O governo federal definiu hoje que firmará um acordo para comprar doses de mais duas vacinas contra a covid-19. Os imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Janssen, que é a divisão farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, serão comprados pelo Ministério da Saúde por determinação do chefe da pasta, o ministro Eduardo Pazuello.

A vacina da Pfizer é a única que já teve o registro definitivo aprovado no país pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A CoronaVac e a AstraZeneca têm liberação para uso emergencial.

O anúncio ainda será feito de forma oficial pelo Ministério da Saúde. Pazuello afirmou em reunião com representantes da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) à tarde que poderia fechar o acordo com a Pfizer ainda hoje e divulgou que o acordo seria de 100 milhões de doses.

O ministro também se reuniu durante o dia, de forma virtual, com representantes da Pfizer, incluindo a presidente da farmacêutica no Brasil, Marta Díez. A intenção foi debater detalhes do contrato a ser firmado entre as partes.

Além do registro na Anvisa, que permite a aplicação na população em geral — e não apenas em grupos prioritários —, outro fator que facilitou a compra da vacina da Pfizer foi a aprovação de um projeto de lei ontem na Câmara dos Deputados. A proposta, que aguarda a sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), permite que União, estados e municípios assumam a responsabilidade por eventuais efeitos colaterais do imunizante.

O impasse vinha sendo o principal entrave para a assinatura do acordo entre o governo e a Pfizer, que exige em seus contratos que não seja responsabilizada por possíveis efeitos colaterais da vacina. Segundo a empresa, os termos já foram aceitos em todos os países com os quais a farmacêutica firmou contrato.

Pazuello reconheceu que a aprovação da matéria abriu caminho para a concretização do acordo com o laboratório americano. O ministro também lembrou que a pasta negocia a aquisição de doses da vacina Sputnik V, que será produzida no Brasil pela União Química.

"Já temos contratos alinhados para adquirir a vacina russa Sputnik V. O projeto de lei aprovado ontem pela Câmara facilitou as negociações com Pfizer e Janssen", afirmou.

Doses e entregas

Apesar de ainda não haver um cronograma oficial de entrega de doses por parte de nenhuma das farmacêuticas, Pazuello falou em apresentações recentes a prefeitos e governadores que o acordo com a Pfizer seria por 100 milhões de doses. A primeira entrega seria em julho, de 8,71 milhões de doses, e o restante viria entre outubro e dezembro.

Na semana passada, a CNN Brasil antecipou que a Pfizer trabalhava com a possibilidade de ofertar 9 milhões de doses ainda no primeiro semestre deste ano.

Em vídeo gravado durante a reunião com representantes da Pfier, Pazuello disse que o cronograma proposto pelo laboratório satisfaz o governo federal.

"A proposta de cronograma que está sendo apresentada para nós é uma boa proposta. E agora a gente segue nos trâmites de fazer esse contrato o mais rápido possível", afirmou o ministro.

Atualmente, o Ministério conta apenas com duas vacinas para seguir imunizando os grupos prioritários da covid-19. Tanto a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, como a vacina da AstraZeneca/Oxford, importada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), têm uma autorização para uso emergencial, concedida em meados de janeiro.

O imunizante da Janssen ainda não fez um pedido à Anvisa de uso emergencial nem de registro definitivo, mas foi aprovado para ser aplicado recentemente nos Estados Unidos. No último sábado (27), a agência sanitária do país deu o aval para a aplicação em grupos prioritários.

"Com informações de Mateus Vargas, do Estadão Conteúdo