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Covid: Brasil tem média de 1.540 mortes e bate recorde pelo 10º dia seguido

Brasil superou a marca das 266 mil mortes provocadas pela covid-19 desde o começo da pandemia - ROBSON ROCHA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Brasil superou a marca das 266 mil mortes provocadas pela covid-19 desde o começo da pandemia Imagem: ROBSON ROCHA/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Carolina Marins, Douglas Porto e Ricardo Espina

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

08/03/2021 18h45Atualizada em 08/03/2021 23h11

Em média 1.540 pessoas morreram de covid-19 no Brasil por dia nesta semana, o maior número de toda a pandemia. Com isso, o país completa uma sequência de dez dias seguidos de recordes na média móvel de óbitos, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

Com esses números, o Brasil consolida uma segunda onda muito mais mortal do que a primeira. Além dos dez dias de recorde, já são 47 dias consecutivos de média móvel acima de mil óbitos. Na primeira onda, este fenômeno se repetiu por 31 dias seguidos, até os dados entrarem em queda.

Segundo avaliam especialistas, o novo pico da pandemia no Brasil começou a se desenhar por volta de novembro, logo após o relaxamento das medidas de restrições em diversos estados e com uma sequência de feriados. A curva de óbitos então disparou a partir das festas de fim de ano e vem batendo recordes desde o fim de fevereiro.

Na primeira onda

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.840 (3/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.540 (8/3)
  • Maior período com média acima de mil: 47 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 10.183 (de 28/2 a 6/3)

Os altos números também trouxeram um novo fenômeno: é a primeira vez desde o início da pandemia que o Brasil registra mil óbitos em 24 horas por uma semana inteira. O máximo que o Brasil havia visto até então foram cinco dias consecutivos nessa situação.

Geralmente, aos fins de semana os números registrados pelas secretarias costumam ser menores devido à redução das equipes de trabalho. Por isso, era comum os números ficarem abaixo de mil nos fins de semana e na segunda-feira e voltavam a explodir na terça-feira. No entanto, com os altos números registrados na última semana, os números de sábado, domingo e hoje foram, respectivamente: 1498, 1054 e 1114.

Com os números de hoje, o Brasil completa oito dias com tendência de aceleração. Hoje a alta foi de 41% na comparação com 14 dias atrás.

As 13 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos 13 dias. As dez mais elevadas são as seguintes:

  • 8 de março - 1.540
  • 7 de março - 1.497
  • 6 de março - 1.455
  • 5 de março - 1.423
  • 4 de março - 1.361
  • 3 de março - 1.332
  • 2 de março - 1.274
  • 1º de março - 1.223
  • 28 de fevereiro - 1.208
  • 27 de fevereiro - 1.180

De ontem para hoje, foram registrados 1.114 novos óbitos por covid-19 no país. A doença provocou a morte de 266.614 pessoas no Brasil desde o começo da pandemia. Dos cinco dias com maior número de vítimas, todos ocorreram nas últimas duas semanas (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 3 de março - 1.840
  • 4 de março - 1.786
  • 5 de março - 1.760
  • 2 de março - 1.726
  • 25 de fevereiro - 1.582

De ontem para hoje, houve 36.923 testes positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o início da pandemia, o número de infectados subiu para 11.055.480.

Hoje 19 estados mais o Distrito Federal apresentaram tendência de aceleração na média móvel e apenas 2 estados tiveram queda — 5 se mantivem estáveis.

Das regiões, Norte (4%) e Sudeste (15%) se mantiveram estáveis. Já Centro-Oeste (48%), Nordeste (66%) e Sul (112%) apresentaram aceleração.

Dados da Saúde

Nesta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil registrou 987 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, houve 266.398 óbitos causados pela doença em todo o país.

Segundo a pasta, houve 32.321 casos confirmados de covid-19 de ontem para hoje, o que fez o país chegar a um total de 11.051.665 infectados desde o começo da pandemia.

De acordo com o governo federal, 9.782.320 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 1.002.947 em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-2%)

  • Minas Gerais: estável (9%)

  • Rio de Janeiro: queda (-18%)

  • São Paulo: aceleração (36%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (32%)

  • Amazonas: queda (-26%)

  • Amapá: aceleração (27%)

  • Pará: estável (8%)

  • Rondônia: aceleração (51%)

  • Roraima: estável (-3%)

  • Tocantins: aceleração (94%)

Região Nordeste

  • Alagoas: acelerado (39%)

  • Bahia: aceleração (57%)

  • Ceará: aceleração (111%)

  • Maranhão: aceleração (158%)

  • Paraíba: aceleração (40%)

  • Pernambuco: estável (14%)

  • Piauí: aceleração (117%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (36%)

  • Sergipe: aceleração (80%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (70%)

  • Goiás: aceleração (46%)

  • Mato Grosso: aceleração (33%)

  • Mato Grosso do Sul: acelerado (72%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (102%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (108%)

  • Santa Catarina: aceleração (135%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.