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Covid: Março deve ser pior mês da história do Brasil, diz Miguel Nicolelis

Do UOL, em São Paulo

09/03/2021 10h45

Em uma análise sobre o que esperar do pior momento da pandemia no Brasil, a microbiologista Natália Pasternak e o médico neurocientista Miguel Nicolelis declararam que falta planejamento para que o Brasil supere a crise sanitária e que março tende a ser o pior mês da história do país em decorrência da pandemia. As declarações foram feitas durante o UOL Debate desta terça-feira (9), comandado pelo colunista Leonardo Sakamoto.

Na visão de Pasternak, o governo brasileiro tem sido omisso e joga a favor do avanço da pandemia no país. "Durante o ano passado, fomos testemunhas de diversas tentativas do governo de boicotar medidas restritivas que poderiam ter um efeito positivo na contenção da pandemia", disse ela. A microbiologista relembrou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desaconselhou pessoalmente o uso de máscaras e de lockdown, dando "maus exemplos".

Como reflexo desse cenário e pela falta de vacinas suficientes para imunizar toda a população brasileira, Miguel Nicolelis prevê que março deve ser o pior mês por conta do avanço da covid-19 no país.

"Não podemos depender de duas vacinas somente. Precisamos conjugar esse lockdown nacional com um aumento dramático da vacinação e precisamos de uma campanha de informação nacional, clara, direta, para deixar claro para população que, afora o genocídio indígena da colonização europeia e escravidão, essa é a maior crise humanitária da história do Brasil e março pode ser o pior mês da história do Brasil em termos de perda de vida", disse Nicolelis.

Avanço da covid-19 no Brasil

A segunda onda da pandemia, no Brasil, se mostra mais mortal do que a primeira. Em média, 1.540 pessoas foram vítimas fatais da covid-19 por dia no Brasil ao longo desta semana. O número é o maior de toda a pandemia, após dez dias seguidos de recordes na média móvel de mortes. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.

O novo pico da pandemia teve início por volta de novembro, após o relaxamento das medidas de restrição em diversos estados, seguido de feriados nacionais. Com as festas de final de ano, a curva de óbitos voltou a crescer, atingindo recordes desde o final de fevereiro.

Desde o início da pandemia, houve 266.398 óbitos causados pela covid-19 em todo o país. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde ontem, 32.321 casos foram confirmados da doença, totalizando 11.051.665 infectados.