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Ainda sem dados completos, Brasil tem média de 112 mortes por covid

Michel Dantas - 25.fev.21/AFP
Imagem: Michel Dantas - 25.fev.21/AFP

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo

24/12/2021 20h02Atualizada em 24/12/2021 20h24

Nesta véspera de Natal, o Brasil computou uma média de 112 mortes por covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Os dados não estão completos, porque alguns estados ainda dizem ter dificuldades de acessar os sistemas do Ministério da Saúde, alvo de ataque hacker há duas semanas.

Segundo o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido na terça-feira (21). Ainda assim, Roraima disse que não vai atualizar os dados entre hoje e domingo devido à "indisponibilidade de acesso aos sistemas ligados ao DataSUS, visto que o Ministério da Saúde ainda não conseguiu normalizar o acesso" e também "tendo em vista o feriado natalino".

Além de Roraima, Ceará e Tocantins não atualizaram os dados nesta sexta-feira. A situação é melhor do que nos últimos dias, porém. Ontem, seis estados não disponibilizaram novos dados.

Goiás, por exemplo, voltou a atualizar os dados hoje, "após uma interrupção de 15 dias dos sistemas de dados oficiais do Ministério da Saúde, que estiveram fora do ar".

O apagão nos dados, que já dura 14 dias, dificulta a análise do cenário atual da pandemia no país. Os dados disponíveis apontam para a queda do número de mortes por covid-19, mas não é possível calcular o tamanho desta redução, devido à ausência das informações de alguns estados.

A média de mortes por dia é calculada levando em conta os dados dos últimos sete dias. É considerada a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado, devido ao menor número de profissionais de saúde. A média corrige essas distorções.

De acordo com os dados disponíveis, o número de mortes pela covid-19 no Brasil, até agora, é de 618.429. O total de pessoas que tiveram diagnóstico positivo para a doença no país ultrapassou 22,2 milhões.

Entre os 24 estados que divulgaram dados hoje, 14 apresentam cenário de queda no número de mortes por covid-19. Outros 7 registram uma situação estável. E 3 estados estão vivendo período de alta no número de vítimas: Goiás, Amazonas e Amapá.

A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estabilidade (3%)
  • Minas Gerais: queda (-43%)
  • Rio de Janeiro: queda (-26%)
  • São Paulo: queda (-65%)

Região Norte

  • Acre: estabilidade (sem morte por covid desde 16 de dezembro)
  • Amazonas: alta (100%)
  • Amapá: alta (133%)
  • Pará: queda (-35%)
  • Rondônia: estabilidade (0%)
  • Roraima: dados afetados pelo apagão
  • Tocantins: dados afetados pelo apagão

Região Nordeste

  • Alagoas: queda (-45%)
  • Bahia: queda (-22%)
  • Ceará: dados afetados pelo apagão
  • Maranhão: queda (-44%)
  • Paraíba: estabilidade (0%)
  • Pernambuco: queda (-22%)
  • Piauí: queda (-22%)
  • Rio Grande do Norte: estabilidade (10%)
  • Sergipe: queda (-50%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: queda (-27%)
  • Goiás: alta (104%)
  • Mato Grosso: queda (-44%)
  • Mato Grosso do Sul: estabilidade (-13%)

Região Sul

  • Paraná: estabilidade (-5%)
  • Rio Grande do Sul: queda (-20%)
  • Santa Catarina: queda (-52%)

Bolsonaro tem 48h para se explicar sobre intimidação à Anvisa

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deu o prazo de 48 horas para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste sobre a suposta intimidação de servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Moraes determinou ainda que o presidente da Anvisa, Antônio Barras Torres, também preste esclarecimentos no mesmo prazo.

Moraes analisa o requerimento feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede -AP), que acionou a Suprema Corte depois que o presidente defendeu a divulgação dos nomes servidores que aprovaram a utilização da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de cinco a 11 anos. Na petição, o senador argumenta que o presidente tentou "intimidar, expor ou divulgar o nome de técnicos e servidores" do órgão e pede a aplicação de uma multa de R$ 500 mil por cada descumprimento.

No último dia 16 de dezembro, durante a sua tradicional live nas rede sociais, o chefe do Executivo voltou a criticar a autorização de vacinação infantil e disse que avaliaria com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vai ou não imunizar a filha Laura, de 11 anos.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.